Uma das mais tradicionais fabricantes de aeronaves da história, a Fokker pode voltar em 2035 em grande estilo, se depender da vontade de empresários holandeses, que há anos tentam ressuscitar a empresa, falida em 1997.
Agora chamada como Fokker Next Gen, a empresa anunciou planos de desenvolver um novo jato comercial movido a hidrogênio. Para isso ela conta com o apoio do governo holandês, que concedeu 25 milhões de euros ao projeto, e de parceiros como a Fokker Services Group.
Para tirar o projeto do papel, a empresa iniciou os trabalhos de adaptação de um Fokker 100 para funcionar com hidrogênio líquido.
Serão realizados testes em solo para validar o projeto e então outra aeronave do tipo será convertida para voar com motores capazes de queimar o combustível verde.
Segundo a empresa, o primeiro voo de teste do Fokker 100 está previsto para 2028. A tecnologia de uso do hidrogênio é baseada no projeto Cavendish, liderado pela Rolls-Royce como parte de um programa bancado pela União Europeia.
Até 2027, no entanto, a nova Fokker pretende ter uma boa ideia de como será a futura aeronave de passageiros. Com base nos voos de testes, a empresa holandesa pretende concluir o projeto até 2030 e iniciar a produção dos primeiros componentes do protótipo.
Janelas substituídas por telas de alta definição flexíveis
A montagem do primeiro Fokker a hidrogênio deve começar em 2032, segundo os planos, com o voo inaugural ocorrendo no ano seguinte.
Siga o AIRWAY nas redes: Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter
O plano é que os primeiros jatos de nova geração holandeses sejam entregues aos potenciais clientes em 2035.
As ilustrações iniciais do inédito Fokker movido a hidrogênio mostram uma aeronave com configuração semelhante ao Fokker 100, com cauda em T e motores montados em suportes na fuselagem traseira, mais longa, para acomodar os tanques de combustível.
O avião chama a atenção pela ausência de janelas, substituídas por displays flexíveis de alta definição, que podem ser customizados pelos passageiros.
Além de utilizar hidrogênio, o Fokker do futuro poderá operar com combustível sustentável de aviação (SAF) e querosene.
26 anos desde a falência
As tentativas de ressuscitar a Fokker, que faliu há 26 anos (em 1997), nunca pararam. Em 2010, a antecessora da Fokker Next Gen, a Rekkof (Fokker escrito ao contrário), pretendia retomar a produção do Fokker 70 e Fokker 100.
Mais tarde, a empresa mudou o foco em favor de uma aeronave maior, inicialmente chamada de Fokker 120NG e depois como Fokker 130NG.
A Rekkof chegou a assinar um convênio com o estado de Goiás para instalar uma linha de montagem no Brasil, mas o projeto nunca saiu do papel.
Rebatizada como Netherlands Aircraft Company, a empresa tentava viabilizar o Fokker 130 até anos recentes, mas reviu sua estratégia em favor de um projeto mais atual, justamente a Fokker Next Gen. Se será diferente desta vez, ninguém sabe.