Força Aérea Argentina descarta compra de caças MiG-35 da Rússia

Guerra na Ucrânia, temor por sanções dos EUA e dúvidas sobre apoio logístico motivaram a FAA a desistir do caça russo
O MiG-35 conta com oito pontos para fixação de armamentos; o modelo na imagem é o MiG-35D, testado em 2007 (MiKoyan)
Produto mais recente da MiG, o MiG-35 é a versão de exportação do famoso MiG-29 (MiKoyan)

Em busca de novos caças supersônicos há alguns anos, a Força Aérea Argentina (FAA) ainda não bateu o martelo sobre uma decisão, mas já sabe ao menos qual opção não pretende adquirir. Segundo declarações do Chefe do Estado Maior da FAA, General de Brigada Xavier Isaac, o jato russo MiG-35 está definitivamente descartado entre os concorrentes para reequipar a frota argentina.

Citando afirmações do general argentino, o site Zona Militar mencionou que a decisão sobre a desistência do MiG-35 foi motivada pela invasão da Rússia na Ucrânia, iniciada em fevereiro deste ano. De acordo com a página, a posição de recusar o caça russo também foi apoiada pelo Ministro da Defesa argentino, Jorge Taiana.

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No entanto, a guerra na Ucrânia não foi o único motivo citado pela FAA ao preterir o MiG-35. O primeiro deles é que o MiG-35 por ora não foi incorporado à força aérea da Rússia em números significativos. Especula-se que foram entregues no máximo oito aparelhos, que servem atualmente em equipes de acrobacia. Isso ocorre pois a indústria russa está focada na produção das famílias Sukhoi Su-30 e Su-34, bem como o novo jato de quinta geração Su-57 Felon.

Outro ponto sobre a recusa dos argentino pelo MiG-35 recaí sobre o temor de sofrer sanções dos Estados Unidos, que ameaça punir nações que comprarem sistemas de armas da Rússia no contexto da Lei CAATSA, sancionada pelo governo de Donald Trump em 2017. Por fim, a FAA também expressou preocupações sobre o apoio logístico do fabricante russo para o MiG-35.

O MiG-35D foi construído utilizando a base do MiG-29, em 2007 (Mikoyan)
O MiG-35, por ora, é utilizado na Rússia somente por equipes de acrobacia da força aérea (Mikoyan)

Com o MiG-35 fora da disputa, as outras propostas de caça na mesa dos argentinos são o JF-17 Thunder Block III, do consórcio sino-paquistanês CAC/PAC, jatos Lockheed Martin F-16, em oferta dos EUA, e o indiano Hal Tejas. Ao todo, a FAA pretende adquirir 12 aeronaves.

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A Argentina perdeu sua capacidade supersônica em 2015, ano em que a força aérea desativou seus últimos caças interceptadores Dassault Mirage III, que eram veteranos da Guerra das Malvinas. Com a baixa do caça francês de asa delta, a principal aeronave de combate do país passou a ser o antigo McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, de performance subsônica e mais adequados a missões de ataque ao solo.

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  1. Essa compra de aviões pela Argentina parece muito as discussões sobre o futuro aeroporto de Lisboa, muito se fala, nada se decide e fica por isso mesmo.

  2. Todos tem mandar os EEUU,tomar na tarrequeta….eles mandam em tudo!!!! Nossos países tem de ter mais atitude!!!Comprar de onde for melhor pra nós latinos…A Turquia peitou os americanos e comprou os S400 da Rússia. …tem que ser assim!!!!

  3. E, o meu querido BRASIL varonil, como efeito da era PETRALHA, continua e continuará a receber caças Suecos DESATUALIZADOS e, de inferior qualidade. Compramos por bilhões e descartamos por tostões!
    A nossa SUCATA MILITAR, nem as Forças Armadas de Pago-Pago, Zimbábue, Somália ou Burundi, querem.

  4. No entendimento de que a Argentina sofre duras sanções sanções militares inglesas decorrentes da Guerra das Malvinas, não sobram muitas opções em jatos militares, uma vez que muitos componentes são feitos na Inglaterra. O assento ejetor, por exemplo.
    No meu entendimento, a Argentina deveria tentar o J10 chinês, ou o F 16 americano, embora nesses casos, duvido que os EUA ,comprariam uma briga com a Inglaterra nesse sentido.

  5. Alguns comentários desconhecem interesses econômicos em detrimento de uma ideologia imbecil, a Rússia em comparação ao mercado americano é minúsculo ao chinês então é insignificante, a compra desses aparelhos tbm influência nas vendas p/ esses países, fonte importantíssima de renda. A guerra contra Ucrânia pode ter sido um tiro no pé da Rússia.

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