Existem aviões que espantam pela longa carreira, como é o caso do DC-3, avião de passageiros da década de 1940 que ainda voa mundo afora, mas o caso do bombardeiro B-52 é único. Mais de 50 anos depois de entrar em serviço na Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), o jato de oito motores ainda está nos planos do governo americano.
É o que revelou a administração Trump na semana passada ao apresentar a proposta orçamentária para 2019. O mais espantoso é que além de propor uma reforma no B-52H para substituir seus motores por unidades mais eficientes, o Pentágono planeja aposentar os bombardeiros B-1B e B-2, este o mais caro avião da história.
De acordo com os planos da USAF, o B-1 e o B-2 sairão de cena assim que o novo bombardeiro B-21 Raider entrar em operação. Mais barato e moderno, o Raider está sendo desenvolvido pela mesma Northrop Grumman como um sucessor ‘stealth’ para o B-2. A aposentadoria do B-1B, um avião controverso que demorou a entrar em serviço e teve seu perfil operacional alterado durante seu projeto, é até esperada, mas tirar de operação o B-2 surpreende por ser uma aeronave relativamente nova – o primeiro esquadrão foi ativado em 1997, portanto há pouco mais de 20 anos.
Motores novos
Mas com apenas 21 aeronaves construídas a um preço unitário de US$ 1,1 bilhão em valores atuais, o “Spirit” é um bombardeiro caríssimo até mesmo para a rica USAF. Por outro lado, o veterano B-52 surpreende a cada ano que passa. Sua capacidade de se adaptar a novas funcões parece não ter fim. A ideia dos americanos é substituir os motores turbofan TF-33 por algum modelo mais eficiente e que se encaixe nos mesmos moldes das asas do jato. A força aérea chegou a pensar em transformar o B-52 em quadrirreator, mas os custos envolvidos ficaram proibitivos.
Com essa reforma, que deve ocorrer até 2029, o B-52H seguirá ao lado do ‘jovem’ B-21 na linha de frente estratégica dos Estados Unidos até pelo menos 2040. Nada mal para um avião que voou pela primeira vez numa terça-feira de abril de 1952.
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