A Força Aérea dos EUA (USAF) deu um empurrão decisivo para tornar o conceito BWB (Blended Wing Body, algo como asa e corpo misturados, numa tradução livre) uma realidade. Por meio do Departamento de Defesa, a USAF anunciou o investimento de US$ 235 milhões na startup JetZero, que construirá um demonstrador em escala real com meta de voar pela primeira vez no início de 2027.
O conceito BWB é estudado há muitas décadas e consiste em configurar uma aeronave com uma fuselagem com formato de asa. O resultado é uma espécie de asa voadora, mas com a parte central mais volumosa, para acomodar passageiros, carga e combustível.
As vantagens da configuração é gerar alta sustentação e baixo arrasto, resultando em uma economia de combustível de pelo menos 30%. Em outras palavras, uma aeronave com esse formato pode em tese voar mais longe e ser mais eficiente já que também possui um espaço interno generoso.
O interesse da Força Aérea dos EUA no projeto de caráter civil tem uma explicação. A USAF está em busca de aeronaves que possam substituir no futuro seus cargueiros como o C-17 e também aviões de rebastecimento aéreo.
Versão a hidrogênio nos planos
O secretário da Força Aérea, Frank Kendall, justificou o investimento ao explicar que “movimentar forças e cargas de forma rápida, eficiente e por longas distâncias é uma capacidade crítica para viabilizar a estratégia de segurança nacional.”
Nada menos que 60% do gastos com combustível de aviação da USAF é gerado pela frota de aeronaves de transporte.
O protótipo do jato BWB da JetZero utilizará tecnologia disponível como os motores GFT, da Pratt & Whitney (o mesmo que equipa os E2 da Embraer), além do apoio da Northrop Grumman e Scaled Composites, fabricantes com experiência na montagem de aviões experimentais.
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O jato também está sendo projetado para no futuro ser adaptado para o uso de hidrogênio, em linha com as metas de zerar a emissão de carbono.