A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) anunciou na quinta-feira (18) a aposentadoria de seu primeiro bombardeiro supersônico B-1B Lancer, dando início a um esforço para reduzir a “frota de aeronaves projetadas para combater os inimigos da Guerra Fria”.
A USAF planeja retirar de serviço 17 exemplares (de um total de 62) B-1B até o final deste ano com o propósito de liberar fundos e recursos para manter uma frota menor do tipo, com 45 aeronaves. O corte também deve aliviar as contas da força aérea americana para continuar investindo no desenvolvimento e aquisição do novo bombardeiro furtivo Northrop Grumman B-21 Raider.
“Iniciar a aposentadoria dos lendários bombardeiros para abrir o caminho para o B-21 Raider é algo pelo qual trabalhamos há algum tempo”, disse o general Timothy Ray, comandante do Comando de Ataque Global da USAF. “Devido ao desgaste causado à frota B-1 nas últimas duas décadas, a manutenção desses bombardeiros custaria dezenas de milhões de dólares por aeronave. E isso é apenas para corrigir os problemas que conhecemos. Estamos apenas acelerando as aposentadorias planejadas.”
O general Ray disse ainda que a retirada dos primeiros B-1B não afetará a “letalidade” da USAF. “Retirar aeronaves com o mínimo de vida útil nos permite priorizar a saúde da frota e o treinamento da tripulação. Nossa capacidade de equilibrar essas prioridades nos tornará mais capazes e letais.”
Bombardeiro de voo rasante
Conhecido entre os pilotos da USAF como “Bone” (Osso, em inglês), o B-1B é a segunda versão da aeronave quadrimotor desenvolvida originalmente pela Rockwell, empresa que absorvida pela Boeing. O modelo B é adaptado para executar ataques em altitudes extremamente baixas no intuito de evitar a detecção por radares terrestres. A variante entrou em serviço nos EUA em 1985, um ano após a introdução do B-1A, concebido para bombardeio em altitudes elevadas.
Em 1994, com o fim da Guerra Fria, a USAF eliminou a capacidade de ataque nuclear do B-1B. O bombardeiro encontrou novos funções com o início da Guerra ao Terror em 2001, voando em missões de apoio aéreo aproximado para os militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Essas missões, entretanto, sobrecarregaram as asas de geometria variável e a estrutura das aeronaves. Reformar esses aviões custaria entre US$ 10 milhões e US$ 30 milhões, por aparelho.
O primeiro protótipo do B-1 decolou em 23 de dezembro de 1974. Na época, ele foi projetado para ser o bombardeiro mais letal da USAF, capaz de voar em velocidade supersônica (máxima de 1.543 km/h) e transportar uma carga bélica de 34 toneladas, entre mísseis e bombas convencionais ou com ogivas nucleares.
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