A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) confirmou a intenção de prolongar a vida útil do B-52, bombardeiro estratégico da Boeing que está em serviço desde a década de 50. O projeto já era estudado há algum tempo, porém, agora o governo americano detalhou os planos nos próximos orçamentos e surpreendeu pela meta mais ampla.
A ideia é que o veterano avião de oito motores voe até 2050, perto de completar um século em serviço. Caso essa meta seja mesmo atingida, será um recorde de longevidade na aviação. De acordo com a USAF, 76 unidades da versão B-52H, mais recente, deverão ser reformadas. Mesmo com quase 18 mil horas de voo em média, elas estariam em boas condições, sem problemas estruturais.
O programa, que deverá levar cinco anos a partir de 2019, deve custar cerca de US$ 3,5 bilhões (R$ 12 bilhões), ou seja, R$ 120 milhões por avião aproximadamente. A primeira fase visa escolher um novo motor mais moderno e econômico para o jato até meados do ano que vem.
Com a proposta de trocar os oito motores por quatro turbofans maiores, que foi descartada por questões técnicas, a força aérea deve selecionar um motor menor como o BR725, da Rolls-Royce, que já ofereceu o modelo, utilizado por jatos executivos como o Gulfstream G650.
Em 2020 será a vez de um novo radar ser selecionado assim como um upgrade de aviônicos. Comenta-se que a Boeing também desenvolve uma alteração no sistema giratório de lançamento de mísseis a fim de permitir que o B-52 possa receber novos artefatos como as bombas JDAM guiadas por GPS ou mísseis JASSM.
Peças de museu
Após investir em projetos extremamente caros e sofisticados, a USAF tem estudado soluções mais baratas e eficientes para algumas tarefas. Além de manter o B-52 em serviço, a força também avalia encomendar um número significativo de turbo-hélices de ataque para missões em que um F-35 seria dispendioso. O brasileiro Super Tucano é um dos candidatos.
Essa mudança de visão fará com quem aeronaves mais jovens como o B-1B Lancer e o B-2 sejam aposentadas mais cedo do que sua antecessora. No caso do bombardeiro em formato de asa voadora e mais caro avião da história, trata-se de uma ironia e tanto afinal o B-52 será o companheiro do B-21 Raider, próximo bombardeiro americano.
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