Como projeto stealth que é, o B-21 Raider continua a ser um segredo bem guardado, mas aos poucos a Força Aérea dos EUA (USAF) compartilha alguma informação do futuro bombardeiro que está a cargo da Northrop Grumman.
Nesta semana, foram divulgados três renders da aeronave dentro dos hangares das três bases aéreas que sediarão seus esquadrões – Elsworth, Dyess e Whiteman . As imagens, é claro, não detalham muitas coisas, mas é possível perceber algumas características do novo bombardeiro.
Para quem não sabe, o B-21 será o sucessor do B-1B Lancer e também do B-2 Spirit, o primeiro bombardeiro pesado “invisível” aos radares desenvolvido nos EUA. A Northrop Grumman venceu a concorrência em 2015 e fará uma nova asa voadora e que deverá entrar em serviço em meados desta década.
Mais que isso pouco se sabe. A USAF deve fazer o novo jato voar em 2021 mas não se sabe quantas unidades serão encomendadas de fato. Até a fabricante se esquiva do assunto: na página do B-21, a Northrop Grumman diz que já se falou em 100 aeronaves ou até 200, dependendo da fonte da informação no governo.
Até antes das imagens desta semana, havia apenas uma única ilustração do B-21 e que pouco explicava. O novo bombardeiro lembra muito o B-2, mas parece um projeto mais simples, um dos principais requisitos do programa, afinal o “Spirit” se transformou na aeronave mais cara da história e só teve 21 unidades concluídas.
Na primeira imagem, era possível reparar que as entradas de ar dos motores teriam um corte oblíquo em vez do serrilhado, além de os turbofans estarem posicionados bem na junção asa-fuselagem. No B-2, os quatro motores GE F-118 ficam mais afastados e têm saídas de ar mais aparentes que no Raider, supostamente instaladas na parte inferior das asas.
Por falar na parte traseira, o recorte do B-21 possui apenas dois “V” enquanto no B-2 são quatro. Outra redução está no para-brisa do cockpit, mais simples no Raider que não possui janelas laterais. Esse era um detalhe pouco claro no primeiro desenho e agora pode ser confirmado.
Preço camarada
Não há como afirmar que o novo bombardeiro é menor que o B-2, porém, a ilustração induz a esse pensamento. Seu trem de pouso principal, por exemplo, possui apenas duas rodas contra quatro do Spirit, mas isso também não garante que ele não tenha a mesma capacidade do seu irmão mais velho.
Por fim, a curva da fuselagem do B-21 parece mais curta que do B-2, denunciando mais um indício de que o novo jato é mais leve. Apesar disso, espera-se que o bombardeiro stealth possa transportar os mesmos armamentos que seu antecessor, incluindo artefatos nucleares.
Não será surpresa também se o Raider acabar aproveitando sistemas e equipamentos de outros aviões. Os motores, por exemplo, serão da Pratt & Whitney e especula-se que ela tenha escalado o F-100 (oriundo do F-15) ou o F135, que equipa o F-35. Por outro lado, a USAF quer que o B-21 seja uma plataforma versátil, capaz de absorver novas tecnologias a fim de prolongar sua vida útil.
O misterioso bombardeiro, no entanto, tem o objetivo de custar bem menos, não só para ser fabricado, mas sobretudo para ser mantido ativo, algo que outros projetos stealth como o F-22, F-35 e o próprio B-2 não conseguiram. Eis aí um desafio maior do que passar despercebido pelos radares.
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