Uma amostra do que a Embraer sonha em fazer. Assim pode ser definida a cerimônia de entrega do primeiro turboélice de transprote militar C295, da Airbus, para a Força Aérea Indiana (IAF), nesta quarta-feira (13), em Sevilha, na Espanha.
A aeronave faz parte de uma encomenda de 56 unidades adquirida com a missão de substituir os antigos bimotores Avro 748, que também voaram na Força Aérea Brasileira (FAB).
A aeronave deverá partir para Nova Deli, na Índia, nos próximos dias com uma tripulação mista da Airbus e da IAF. Outros 15 C295 produzidos na Europa serão entregues entre maio de 2024 e agosto de 2025, a uma razão mensal de uma unidade.
“Faz apenas dois anos que assinamos este contrato com a Índia, o maior pedido da história do C295”, disse Jean-Brice Dumont, Chefe de Sistemas Aéreos Militares da Airbus, ao lado do Marechal-Chefe da IAF, Vivek Ram Chaudhari.
A IAF fechou um acordo com a Airbus em setembro de 2021 após longas discussões que incluíram a transferência de tecnologia para empresas indianas. Por essa razão, 40 dos 56 C295 serão montados em território indiano pela parceira no programa, a Tata Advanced Systems Limited (TASL).
A empresa está construindo uma linha de montagem final na cidade de Vadodara, no oeste do país, que receberá os primeiros componentes em novembro do ano que vem. A previsão é que o primeiro C295 feito em território indiano fique pronto em 2026, com a conclusão das entregas em agosto de 2031, segundo a Airbus.
Será que o KC-390 consegue o mesmo feito?
O acordo entre a Índia e a Airbus é uma espécie de antevisão do que a Embraer pretende fazer com o KC-390. Além do C295, a Força Aérea Indiana almeja ter uma frota volumosa de cargueiros de maior porte que o modelo da Airbus.
Por isso, um requerimento de propostas foi feito pela IAF e que pode dar origem a um pedido de até 80 aeronaves. A fabricante brasileira já declarou que um acordo dessa magnitude pode viabilizar uma linha de montagem na Índia e conversa com potenciais parceiros como a HAL e a própria Tata.
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Seria uma vitória imensa sobre seu duro concorrente, o C-130J, da Lockheed Martin, e que daria fôlego para que a Embraer pudesse ampliar sua clientela mundo afora.
Um bom sinal disso é ver o sucesso do C295, aeronave que já soma 283 pedidos de 41 operadoras, incluindo a FAB.