A United Aicraft Corporation, parte do grupo estatal Rostec, entregou nesta semana à força aérea da Rússia o primeiro bombardeiro modernizado Tupolev Tu-160M para testes preliminares. A aeronave equipada com novos motores NK-2 e equipamentos atualizados ficará baseada no centro de desenvolvimento da Tupolev em Zhukovsky, próximo da capital Moscou.
Com a nova configuração, os russos até criaram um novo termo para definir a função do Tu-160M: ele agora é um “porta-mísseis”, e não somente um bombardeiro convencional.
“O novo porta-mísseis Tu-160M está equipado com novos motores NK-32-02 e equipamentos de bordo atualizados, o que melhorou as características do veículo. A aeronave passou com sucesso nos testes de fábrica”, informou a divisão de aviação da Rostec.
Herança soviética
Projetado na década de 1980, um Tu-160 foi resposta da antiga União Soviética ao bombardeiro B-1 Lancer da Força Aérea dos Estados Unidos, que quando entrou em operação era uma aeronave diferente do projeto original: em vez de bombardeiro de altitude ele se tornou um avião de ataque em baixa altitude. Os soviéticos, porém, mantiveram o “Blackjack” (como o avião é designado pela OTAN) como um avião de ataque à longa distância com armamento nuclear ou convencional.
A carreira em serviço, no entanto, revelou-se um desastre. Embora tenha voado pela primeira vez em dezembro de 1981, o bombardeiro russo com asas de geometria variável só passou a ser operacional em 1987 e em número muito pequeno, de cerca de duas dezenas de unidades.
Com o fim da União Soviética em 1991, os Tu-160 estacionados na Ucrânia acabaram no solo e sem condições de voo. Russos e ucranianos passaram a negociar a venda dos exemplares, porém, a intransigência entre eles acabou transformando um exemplar em sucata.
Apenas em 1999, a Rússia voltou a tentar trazer de volta alguns Tu-160, desta vez com sucesso. Oito unidades foram compradas, que se somaram a algumas remanescentes na força aérea russa. Com a finalização de outras fuselagens incompletas, a Rússia passou a contar com cerca de 16 unidades no final da década passada – um dos aviões se acidentou anos antes.
O Tu-160 é até hoje a maior e mais pesada aeronave supersônica (pesa 275 toneladas e alcança 2.200 km/h) já construída, perdendo apenas para o bombardeiro norte-americano XB-70 Valkyrie, que nunca entrou em operação.