A sexta-feira, 1º de março, trouxe a confirmação de um movimento para tentar resolver os problemas da Spirit AeroSystems, fornecedora-chave de aeroestruturas da Boeing e a Airbus.
Após conversas com a Spirit terem sido vazadas pelo jornal The Wall Street Journal, a Boeing confirmou que avalia assumir a empresa, criada após a separação de uma antiga divisão de produção de componentes para seus jatos.
“Confirmamos que a nossa colaboração resultou em discussões preliminares sobre tornar a Spirit AeroSystems novamente parte da Boeing”, disse a empresa em comunicado na sexta-feira.
“Acreditamos que a reintegração das operações de fabricação da Boeing e da Spirit AeroSystems fortaleceria ainda mais a segurança da aviação, melhoraria a qualidade e serviria os interesses de nossos clientes, funcionários e acionistas”, acrescentou a Boeing.
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Airbus também poderia entrar nas discussões
Além de ser a fornecedora das aeroestruturas de jatos como o 737 MAX e o 787 Dreamliner, a Spirit AeroSystems também produz componentes de aeronaves da Airbus, entre elas a seção central da fuselagem do widebody A350 e as asas em material composto do A220 em Belfast, na Irlanda do Norte.
Segundo o The Wall Street Journal, a Spirit pretende vender suas operações na Irlanda para viabilizar a fusão com a Boeing. A Airbus seria a candidata natural para adquiri-la, portanto.
A possível venda da Spirit AeroSystems ocorre em meio a seguidos problemas na linha de montagem dos jatos 737 MAX, que apresentam falhas preocupantes de qualidade.
A empresa é liderada por Pat Shanahan desde o ano passado, um executivo com grande experiência vindo da Boeing.
Um dos aspectos mais preocupantes na empresa diz respeito aos preços praticados por Boeing e Airbus e a pressão por redução de custos.
A Spirit tem perdido dinheiro ano a ano e apenas em 2023 o prejuízo atingiu US$ 623 milhões. Dois terços da sua receita advém da Boeing sendo que o programa 737 responde por quase metade de todo faturamento da companhia.
Em curto comunicado, a Spirit Aerosystems reconheceu as conversas com a Boeing, porém, “nenhuma garantia pode ser dada de que um acordo definitivo será celebrado, de que qualquer transação será consumada, ou do momento, termos ou condições de tal transação.”
“A Spirit não pretende comentar mais sobre a especulação do mercado ou divulgar quaisquer desenvolvimentos, a menos e até que considere que uma divulgação adicional é apropriada ou necessária”, disse ainda a empresa.
A Airbus não comentou a reportagem do WSJ.