A ministra das Forças Armadas da França, Florence Parly, anunciou nesta semana que a marinha francesa contará com um porta-aviões de nova geração em 2038. Como antecipou Parly, a embarcação que será construída nos próximos anos vai ocupar a vaga do Charles de Gaulle, navio aeródromo de propulsão nuclear que está em serviço no país desde 2001.
Discursando durante a abertura da exposição on-line Euronaval, a ministra francesa disse “no que diz respeito ao porta-aviões de nova geração, posso confirmar que este programa será lançado para dar um sucessor ao Charles de Gaulle em 2038”. Parly ainda acrescentou que a nova embarcação “será perfeitamente adaptada, desde o início, às nossas futuras aeronaves de combate”, se referindo ao programa europeu de caças de sexta geração SCAF (sigla em francês para Sistema de Combate Aéreo do Futuro), que envolve Alemanha, França e Espanha.
Todavia, a ministra francesa não revelou detalhes adicionais sobre o navio, sobretudo se ele terá propulsão nuclear ou convencional, mas ressaltou a grande fase de modernização da marinha francesa no passado recente. “Nunca, nos últimos 30 anos, a Marinha viu tanta renovação de seus ativos”, afirmou Parly.
Charles de Gaulle, o orgulho da frota
Em serviço com a marinha francesa desde 2001, o Charles de Gaulle levou quase 15 anos para ser construído. Boa parte dessa demora se deu pela complexidade no desenvolvimento do sistema de propulsão nuclear usado no navio, que possui dois reatores atômicos (cada um capaz de gerar até 150 megawatts e autonomia para manter o barco no mar por até 25 anos).
De acordo com a marinha francesa, o Charles de Gaulle pode receber entre 30 e 40 aeronaves. Os meios aéreos disponíveis na embarcação de 45.000 toneladas são o caça Dassault Rafale M e o avião de alerta antecipado e controle aéreo E-2C Hawkeye fornecidos pela Northrop Grumman, além de helicópteros de apoio e missões anti-submarino. Até pouco tempo, o caça naval Super Étendard também era operado no navio.
Em quase 20 anos de operações, o porta-aviões nuclear francês já foi destacado para zonas de combate no Afeganistão e Oriente Médio.
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