Como mais um capítulo da abrupta mudança das relações entre a Europa e os Estados Unidos, o presidente da França Emmanuel Macron anunciou nesta terça-feira que a Força Aérea Francesa irá acelerar as entregas dos caças Dassault Rafale e contará com mais 40 aeronaves.
Os novos jatos supersônicos reforçarão a base aérea 116, de Luxeuil-les-Bains, localizada no leste do país, disse o presidente em um discurso para militares.
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Os dois novos esquadrões também terão capacidade de dissuasão nuclear a partir de 2035. Segundo Macron, os Rafale serão aptos a transportar um míssil nuclear hipersônico.

Para preparar a base para receber as novas aeronaves, o governo francês investirá 1,5 bilhão de euros. Cerca de 2.000 militares e civis se juntarão ao atual plantel nos próximos 10 anos.
“O mundo em que vivemos é cada vez mais perigoso e cada vez mais incerto”, disse o presidente francês, justificando o investimento em virtude das “inclinação geopolíticas”
Europa busca menor dependência dos Estados Unidos
A reação francesa é mais um ato em direção a uma maior independência dos Estados Unidos, que tem liderado a OTAN há 80 anos, mas cujo futuro é incerto diante da postura do presidente Donald Trump.
O republicano tem ameaçado retirar as forças armadas dos EUA da Europa além de cessar a ajuda militar para que a Ucrânia resista aos ataques da Rússia.

Os principais países europeus iniciaram conversas para buscar um maior gasto em defesa e também acelerar programas militares. Além disso, há um movimento para que armamentos dos EUA seja substituídos por similares locais.
Macron, inclusive, instou seus colegas europeus a parar de comprar o caça F-35 e substitui-lo pelo Rafale.
Portugal já confirmou que está revendo o planos de aquisição da aeronave da Lockheed Martin enquanto há uma pressão crescente na Alemanha para rescindir um contrato por 35 jatos F-35A.