Fundador da Azul pode lançar mais uma companhia aérea nos EUA

Grupo de investidores liderados por David Neeleman está arrecadando US$ 100 milhões para iniciar uma nova empresa de baixo custo a partir de 2020
A Azul vai servir cerveja em voos realizados entre às 17h00 e 21h00 (Azul)
Embraer E195 da Azul
A Azul vai servir cerveja em voos realizados entre às 17h00 e 21h00 (Azul)
David Neeleman foi um dos fundadores da Azul e atualmente é o CEO da empresa (Azul)

Brasileiro radicado nos Estados Unidos, David Neeleman é hoje um dos empresários mais famosos da aviação comercial. Fundador de três companhias aéreas, entre elas a brasileira Azul, e com grandes fatias de ações em outras duas, Neeleman ainda vê espaço para uma nova companhia aérea de baixo custo focada em reduzir as dificuldades de viagens usando aeroportos menores, informou o Airline Weekly.

De acordo com a publicação, a companhia proposta, atualmente apelidada de “Moxy Airways”, conseguiu encomendas de 60 jatos CS300 da canadense Bombardier e está arrecadando US$ 100 milhões para iniciar as operações a partir de 2020.

O suposto novo empreendimento também foi citado pelo Airfinance Journal, de Londres. Segundo o noticiário, o grupo de Neeleman também está solicitando propostas de arrendadores chineses para financiar 18 das aeronaves encomendadas para entregas entre 2020 e 2022.

Neeleman não comentou sobre o assunto com nenhuma das publicações. O empresário, atual CEO da Azul e Chairman da portuguesa TAP (com 45% de participação), também fundou as companhias WestJet, hoje a segunda maior empresa do setor no Canadá, e a JetBlue, low-cost consolidada nos EUA, além da Morris Air, que operou nos EUA entre 1984 e 1994 até ser absorvida pela Southwest Airlines. O brasilo-estadunidense também tem uma participação acionário na Aigle Azur, da França.

A proposta da Moxy Airlines vai ao encontro do desempenho oferecido pelos jatos C Series da Bombardier, desenvolvidos sobretudo para a aviação regional operando em aeroportos menores. O novo jato canadense também tem números competitivos de consumo de combustível: a aeronave é construída com uso extensivo de fibra de carbono e utiliza motores turbofan de nova geração.

O CS300 entrou em operação comercial no segundo semestre de 2016 (Airbus)
O CS300 entrou em operação comercial no segundo semestre de 2016 (Airbus)

Os jatos C Series são equipados com os motores da nova linha Pure Power desenvolvidos pela Pratt & Whitney. Essa mesma família de turbofans também é utilizada nos jatos de nova geração da Embraer, a família E2, e também no Airbus A320neo. Outros aviões que também vão utilizar essa mesma linha de propulsores são o Mitsubishi MRJ e o Irkut MC-21.

A Moxy também informou aos investidores que só vai operar voos “ponto-a-ponto” (ida e volta entre a origem e o destino) para manter custos baixos. Diferentemente de outras companhias low-cost dos EUA, a nova empresa não será tão severa na economia e deve oferecer assentos mais espaçosos e internet wi-fi com acesso gratuito, combinando com algumas taxas para serviços extras, como lanches ou mudanças de assento, informou o Airline Weekly.

A mesma publicação ainda afirma ter tido acesso a uma apresentação da Moxy, onde o empreendimento aponta os caminhos para criar a companhia. Segundo a pesquisa do grupo de investidores, a economia dos EUA cresceu 34% nos últimos 10 anos, enquanto o número de assentos das companhias aéreas domésticas permaneceu estável. No entanto, nesse mesmo período, o número de voos para mercados menores caiu significativamente. A nova empresa também apontou que as principais companhias americanas estão concentrando a maior parte do tráfego por meio de seus grandes hubs, o que aumenta o tempo total de viagem.

Se o pedidos de 60 jatos CS300 for confirmado, a Moxy pode se tornar o segundo maior cliente dos novos jatos da Bombardier, atrás apenas da Delta, que encomendou 75 unidades do modelo menor CS100. Os C Series já estão em operação com as companhias AirBaltic, Swiss e Korean Air.

Veja mais: Companhias aéreas brasileiras expandem atuação no exterior

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  1. Danir quase nenhuma, sendo o Embraer mais eficiente em custo de manutenção. Mais compras de aviões tem muitos fatores extras envolvidos! Uma grande perda de venda da Embraer.

  2. O aval de David Neeleman ao Cseries 300 destrava definitivamente o projeto da Bombardier. O Cseries é o mais importante lançamento da indústria aeronáutica de aeronaves de corredor único desde a criação do Airbus A320 em 1984. Os tropeços iniciais da Bombardier fazem parte de qualquer projeto inovador, fato que também ocorreu durante o lançamento do A320, onde a Airbus tinha uma projeção de venda de apenas 450 unidades. Mas a partir e da descoberta dos operadores da eficiência da aeronave suas vendas cresceram e hoje já atingem 8.000 unidades. Acredito que o Cseries seguirá o mesmo caminho de sucesso e estimo suas vendas em 4.200 unidades para os próximos 20 anos. Parabéns ao Neeleman, sempre enxergando anos à frente da concorrência. Saudações,

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