Futuro cargueiro: Boeing cogita de 787F a extensão da produção do 767F

Fabricante dos EUA também mostrou para a FedEx uma variante de carga do futuro widebody que está em desenvolvimento
Boeing 767F da FedEx: companhia tem 119 desses jatos (FedEx)

A Boeing tem várias cartas na manga para tentar resolver um dilema, qual será o seu cargueiro abaixo do novo 777-8F.

Como se sabe, a ICAO delimitou a produção dos atuais jatos de carga para 2027, o que encerrará a carreira do 777F e do 767F. Para o primeiro, a Boeing já apresentou a solução, o 777X em versão cargueira, mas para o segundo a dúvida persiste.

Um pouco de luz foi jogada sobre o assunto na semana passada por Fred Smith, CEO da FedEx, que foi entrevistado pelo site Leeham News.

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O executivo revelou detalhes então desconhecidos sobre os planos da Boeing, entre eles o de lançar uma variante cargueira do futuro “mini-widebody”, anteriormente conhecido como NMA (New Midmarket Airplane). A aeronave chegou a ficar próxima de um lançamento, mas os problemas de segurança do 737 MAX e o atraso do programa 777X congelaram o projeto.

Smith confirmou que a fabricante pensa em lançar um 787F, a despeito de a estrutura em materiais compostos demandar ajustes mais complexos que em aviões feitos com ligas de alumínio.

Um 787 Dreamliner: versão cargueira é uma das opções da fabricante (Boeing)

Vida longa para o 767F

A proposta mais intrigante ouvida pelo CEO da FedEx foi uma possível jogada para que o 767F continue sendo produzido para uso doméstico nos EUA.

Segundo ele, o governo norte-americano admite criar uma exceção caso encomende mais aviões-tanque KC-46A, que são baseados no Boeing 767-200.

“Se a Força Aérea dos EUA fizer uma segunda compra do KC-46A, é do interesse nacional ter os custos fixos de produção distribuídos tanto pelo cargueiro 767 quanto pelo avião-tanque”, disse.

A FedEX tem em sua frota atualmente 119 jatos 767-300F, a maior do mundo para esse modelo.

Airbus A350F (Divulgação)

As soluções, no entanto, são para longo prazo, incluindo uma possível aquisição do rival A350F, da Airbus, que Smith também elogiou na entrevista. A FedEx possui 65 A300-600F, que já têm uma média de 27 anos de operação.

Enquanto não decide sobre o futuro, a empresa aérea cargueira dos EUA pondera sobre introduzir o 777-300 convertido para carga. Há hoje três programas de conversão P2F em desenvolvimento, das empresas IAI, Mammoth e KMC. A vantagem seria compartilhar o mesmo cockpit dos 52 777F da frota da FedEx.

 

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