A Boeing está prestes a anunciar mais um atraso no programa 777X, o maior widebody bimotor da história. Previsto para entrar em serviço em 2024, a variante 777-9 só deverá iniciar voos comerciais em 2025, de acordo com o site Air Current, mais tarde confirmadas pela Reuters, citando fontes.
As primeiras entregas, direcionadas às companhias aéreas Lufthansa e Emirates, só deverão ocorrer no início de 2025, quase quatro após a previsão inicial.
Se confirmado, o novo atraso será um duro golpe para a fabricante norte-americana. O desenvolvimento do 777X, uma variante com maior capacidade de passageiros e carga além de um alcance superior, já passa por enormes adiamentos por conta de problemas com motores, entre outras dificuldades.
Desta vez, no entanto, a Boeing teria optado por focar em outros dois programas em dificuldades, o 787 Dreamliner e o 737 MAX 10. O widebody é um dos maiores sucessos da empresa mas falhas em sua linha de produção fizeram a FAA (agência de aviação civil dos EUA) suspender as certificações de cerca de 100 aeronaves prontas – a Boeing não entrega um jato desde junho do ano passado.
Recentemente, fontes na empresa teriam apontado que as entregas deverão ser retomadas a partir de julho, após certificação individual realizada pela própria FAA.
O 737 MAX 10, por sua vez, está numa corrida contra o relógio na tentativa de evitar a entrada em vigor de novas exigências de certificação pela FAA e que foram aprovadas pelo Congresso dos EUA.
Direcionados à ampliar os alertas no cockpit, os novos padrões de segurança podem obrigar a Boeing a refazer o projeto da aeronave. A nova lei entrará em vigor em dezembro de 2022, mas há a possibilidade de o Congresso estender o prazo para evitar prejuízos para a fabricante.
Quanto ao 777X, a Boeing terá ainda que lidar com mais frustrações entre seus clientes, agora mais numerosos por conta da variante de carga 777-8F, que chegará ao mercado em 2027. Caso não seja mais um projeto a ser postergado.
