A descoberta de fragilidades em aeronaves é algo comum, embora sempre preocupante, a despeito de suas fabricantes minimizarem os riscos à segurança.
Dias atrás, os modelos E-Jets de primeira geração da Embraer foram alvo de diretivas de aeronavegabilidade que recomendaram inspeções mais frequentes em partes das asas, por conta de fissuras prematuras.
Alguns jatos mais antigos passarão por reforços nas áreas para evitar problemas futuros, determinou a ANAC, a agência de aviação civil do Brasil, no que foi seguida pela FAA.
A fabricante brasileira, no entanto, não foi a única a constatar problemas precoces em seus aviões. A Airbus também está procedendo reparos em jatos A380 mais antigos, que curiosamente estão apresentando rachaduras nas longarinas das asas.
O súbito problema enquanto o imenso avião de dois andares volta a ser requisitado para voos comerciais fez a Emirates Airline, sua maior operadora, lamentar o fato, que provoca atrasos nos planos de retomada de sua malha aérea.
A EASA, agência de aviação civil europeia e a Airbus já haviam determinado inspeções nas asas do A380 após 15 anos da montagem da estrutura, mas aeronaves mais novas também estão apresentandos fissuras e em áreas não esperadas.
A situação ocorre em meio ao fenômeno de reativação de A380 que ficaram parados por meses em aeroportos aguardando seu destino. Por isso a Emirates está priorizando o uso de aviões mais novos.
Bomba de combustível
As falhas também afetam outro gigante, o 747. A FAA acaba de divulgar uma nova diretiva de aeronavegabilidade que será publicada oficialmente em 29 de dezembro e envolve parte da frota de 747-8 e 747-400.
Segundo a agência, a diretiva foi necessária após “relatos de desgaste do adaptador de entrada do impulsor do motor de uma bomba de transferência para o tanque de combustível do estabilizador horizontal causado pelo contato entre a válvula de retenção de entrada da bomba e o adaptador de entrada”.
Por isso 28 jatos registrados nos EUA passarão por inspeções para checar se será preciso substituir peças. A FAA, no entanto, não estima quantos 747 são afetados pelo problema no mundo, tarefa que cabe aos reguladores de cada país que possui o modelo registrado.
As clientes da Boeing provavelmente mais afetadas são Atlas Air e a UPS, que possuen frotas numerosas de 747-8F e 747-400F.
Esperando os “engenheiros aeronáuticos” que criticaram a Embraer comentarem sobre os problemas acima citados da Airbus e Boeing. Mesmo com todas as tecnologias atuais, ainda é difícil prever falhas e, por isso, existe a manutenção contínua das aeronaves durante toda a sua vida operacional.