Em um surpreendente movimento, o Grupo Abra, controlador da Gol Linhas Aéreas, Avianca e da Wamos Air, anunciou um pré-acordo com a Airbus para adquirir cinco widebodies A350-900.
Segundo a empresa, as aeronaves que podem levar de 310 a 400 passageiros, serão usadas para expandir as operacões internacionais de longa distância.
“Temos o prazer de anunciar este acordo com a Airbus. Acreditamos que a chegada destes cinco A350, que oferecem a melhor experiência de passageiros da sua classe, são mais eficientes em termos de combustível e têm um custo por assento mais baixo do que os aviões concorrentes, permitirá a nós reforçar o nosso compromisso de tornar as viagens mais acessíveis”, disse Adrian Nehauser, CEO do Grupo Abra.
“Isso também significa melhores preços para clientes com melhor conectividade entre o nosso continente e a Europa, e consolidará ainda mais a Abra como um dos maiores e mais competitivos grupos de transporte aéreo da América Latina”, acrescentou o executivo.
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A Abra, no entanto, não detalhou onde os cinco A350 voarão. A Avianca, por exemplo, tem uma frota padronizada de Boeing 787, que possuem menor capacidade.
A Gol, por sua vez, segue uma filosofia de frota com aeronave única, o Boeing 737, embora tenha operado com o 767 momentaneamente.
A empresa aérea está em restruturação financeira sob o Capítulo 11 em uma corte nos Estados Unidos, ainda sem um previsão clara de como fará para equacionar suas elevadas dívidas em meio a rumores de uma fusão com a Azul.
Uma das saídas buscadas pela Gol para ampliar suas receitas tem sido ampliar as rotas internacionais, mas até que ponto voar com o A350 seja algo seguro para gerar caixa em dólares é pouco claro.
A350 foi rejeitado por LATAM e Azul
O anúncio da Abra ocorre após a LATAM e a Azul tentarem operar o A350 em suas rotas principais, mas sem sucesso.
Ainda quando era TAM, a atual divisão brasileira do grupo LATAM chegou a encomendar 27 A350-900, dos quais o primeiro chegou à frota em dezembro de 2015.
Mas em 2021, em meio à pandemia e à recuperação judicial, a LATAM decidiu encerrar a operação com o widebody.
A Azul também namorou a aeronave para reforçar sua frota de A330, mas mudou de ideia quando alguns A350 já haviam recebido parte da pintura.
Somente em setembro de 2022, o A350-900 foi incorporado pela empresa aérea brasileira, que recebeu outra aeronave de segunda mão em dezembro do mesmo ano.
Assim como na LATAM, o widebody não correspondeu e foi retirado de serviço entre o final de 2023 e o começo de 2024. Relatos não oficiais apontam para o alto custo operacional, só viável em rotas muito extensas.
Outra empresa que anunciou interesse na aeronave da Airbus foi a Avianca Brasil, que na época era controlada pelo mesmo grupo que estava à frente da Avianca da Colômbia.
O plano, entretanto, não saiu do papel.