As companhias aéreas Gol e Azul demonstraram uma significativa recuperação no tráfego de passageiros no mês passado, segundo dados divulgados pelas duas empresas nesta semana. Além disso, elas conseguiram manter uma taxa de ocupação elevada em seus voos, melhorando a rentabilidade e se aproximando dos índices pré-Covid-19.
A Gol teve o maior crescimento comparado a junho, com aumento de 114% na demanda (RPK ou Passageiros Quilômetro Transportados) e 117% na oferta de assentos, com taxa de ocupação de 78,1%, um pouco abaixo de 2019 quando atingiu 84,7%. Foram transportados 692 mil passageiros no mês passado, todos em rotas nacionais já que a empresa ainda não retomou sua malha para o exterior. Já a Azul teve um incremento de 40,7% na demanda e de 33,3% na oferta de assentos, somados os voos nacionais e internacionais.
Com a maior ampliação da malha da Gol que chegou a 200 voos diários, a companhia voltou a transportar mais passageiros que a Azul, até então a líder durante os meses em que as quarentenas pelas país derrubaram o tráfego aéreo. Foram 827 milhões de RPK contra 663 milhões da Azul – a empresa não revelou o volume total de passageiros embarcados em seu relatório.
O nível de oferta e demanda das duas companhias, no entanto, segue bastante abaixo de 2019. A Azul, por exemplo, beirou 3 milhões de RPK enquanto a Gol teve 4,2 milhões, quedas de 77,6% e 80,2%, respectivamente.
Expansão nos próximos meses
Tanto a Azul como a Gol tem demonstrado certo otimismo com a recuperação do mercado. A companhia da família Constatino, por exemplo, deve chegar a 250 voos diários neste mês e 300 voos em setembro, mas a meta é atingir 80% da malha até o final do ano. Já os voos internacionais devem ser retomados a partir de outubro.
A Azul, por sua vez, planeja chegar a 407 voos no mês que vem, o que significa quase a metade da malha de 2019. Ao contrário da Gol, a empresa manteve parte de seus voos internacionais operando mesmo durante o pico da pandemia.
Recuperação lenta
Enquanto suas rivais avançam em busca de recompor sua malha, a LATAM segue numa recuperação mais lenta. A companhia aérea ainda não divulgou os dados de julho, o que deve ocorrer nos próximos dias. Em recuperação judicial nos EUA, a companhia aérea anunciou na semana passada que demitirá 2.700 empregados por conta de não ter conseguido aprovar um plano de redução de salários e benefícios com pilotos e comissários.
Nesta quarta-feira, audiência de recuperação judicial em Nova York terminou sem uma decisão da Justiça sobre o modelo de financiamento do grupo LATAM em seu plano junto aos credores. As famílias Cueto e Amaro, além da Qatar Airways, querem injetar US$ 900 milhões na empresa como empréstimo que, caso não seja pago, poderia ser convertido em participação acionária. No entanto, credores e acionistas questionam a proposta por permitir que as três assumam o controle da LATAM. Há também outra proposta, do fundo Oaktree Capital Management, de US$ 1,3 bilhão, mas que envolve uma “comissão” de US$ 10 milhões a ser paga de forma antecipada.
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