Gol entra com pedido de recuperação judicial nos EUA

Empresa aérea avaliava possibilidade diante de dívidas de curto prazo. Processo segue o mesmo caminho adotado pela LATAM que escolheu o Tribunal de Falências dos Estados Unidos, conhecido como Capítulo 11
Boeing 737 MAX 8 da Gol
Boeing 737 MAX 8 da Gol (Colin Cooke Photo)

A Gol Linhas Aéreas deu entrada no pedido de recuperação judicial no Tribunal de Falências de Nova York, nos EUA, nesta quinta-feira, 25, procedimento conhecido como “Capítulo 11”.

A medida, esperada pelo mercado,  foi adotada diante do vencimento de dívidas de curto prazo, sobretudo com arrendadores de aeronaves, onde a empresa aérea não teve sucesso em renegociar os valores.

Segundo a Gol, a empresa assegurou US$ 950 milhões em financiamento para apoiar a continuidade de seus negócios, mas fez questão de tranquilizar o mercado que suas operações continuarão normalmente.

O processo de recuperação judicial nos EUA é considerado mais seguro e previsível e foi utilizado por outras duas grandes companhias sul-americanas, a Avianca e a LATAM, que tiveram sucesso em renegociar seus débitos e aprovar judicialmente um plano de pagamentos.

“A GOL vem empreendendo esforços significativos para oferecer a melhor experiência de viagem aos Clientes, ao mesmo tempo em que melhorou sua lucratividade e posição financeira”, disse Celso Ferrer, CEO.

“Fizemos progressos notáveis até agora e acreditamos que este processo permitirá endereçar os desafios gerados pela pandemia, ao mesmo tempo em que mantemos o elevado padrão dos serviços que oferecemos aos Clientes”, acrescentou o executivo.

Celso Ferrer, CEO da empresa (GOL)

A Gol evitou a recuperação judicial durante a pandemia do coronavírus, mas vem acumulando dívidas bilionárias que chegariam a R$ 20 bilhões.

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Apenas com arrendadores de seus jatos, a transportadora teria uma dívida de R$ 3 bilhões com vencimento em até 12 meses.

Segundo o Ch-Aviation, a Gol tem 141 aeronaves arrendadas de 24 empresas diferentes. A maior frota pertence à AerCap, com 30 aviões, seguida da Carlyle Aviation Partners, com 21 Boeing 737.

As ações da empresa na bolsa de valores B3 caíam 3,16% pouco mais de uma hora após o anúncio.

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  1. Desculpa, mas eu não estou com dó! Sinto por ser uma empresa… emprega pessoas, e para mim, ver qualquer empresa assim é triste… Mas os proprietários só pensam neles mesmos, não pensam no país como um todo, no povo… Essa empresa explorou e ainda explora o mercado brasileiro, mas dava lucro pra empresa estrangeira com aviões da Boeing.. nada de mais, mas porque não dar a contrapartida para o Brasil comprando produtos daqui? O ultimo exemplo é que a Gol, ao invés de investir no e-vtol da Embraer, optou, mais uma vez em dar lucro para empresa estrangeira.

  2. Nada a ver. Quer dizer que, se abrir uma empresa no ramo de aviação, tem que comprar produtos da Embraer? A Latam entrou com o mesmo pedido em 2020, no período certo, se antecipando e vislumbrando uma forte retração devido à pandemia e ela não comprou sequer uma aeronave da Embraer. Procure pesquisar pois, nos dias de hoje, as empresas aéreas querem transportar a maior quantidade de passageiros por vôo e isso não tem como ser feito com os E2, basta ver a enorme diferença entre suas encomendas em comparação com os C-Series, quer dizer, os A220.

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