Em comunicado sobre os resultados no terceiro trimestre de 2020, a companhia aérea Gol informou que planeja retomar os voos comerciais regulares com o Boeing 737 MAX até o final de dezembro.
“O Boeing 737 MAX se aproxima da aprovação para iniciar operações, e o seu retorno ao serviço aumentará as economias de custo, uma vez que os MAX 8 (a versão operada pela Gol) consomem 15% menos combustível comparativamente às aeronaves 737-800 NG”, ressaltou a empresa.
Aterrado desde março de 2019 após dois acidentes fatais, o 737 MAX deve ser liberado para voar com passageiros nas próximas semanas, começando pelos EUA.
Em 6 de outubro, a Federal Aviation Administration (FAA), a agência de aviação civil dos EUA, publicou um relatório preliminar do Flight Standardization Board (FSB) sobre o treinamento proposto para pilotos do 737 MAX, no qual o órgão estabeleceu meia dúzia de etapas processuais que precisarão ser preenchidas pelos operadores antes da FAA conceder a aprovação final.
O relatório divulgado pela FAA reúne as recomendações do Joint Operations Evaluation Board (JOEB), composto por autoridades da aviação civil dos EUA, Canadá, União Europeia e do Brasil (por meio da ANAC). Em 26 de outubro, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) confirmou que também está próxima de conceder a recertificação da aeronave.
Até a proibição dos voos e entregas de novas aeronaves, a Gol recebeu sete modelos 737 MAX 8. Atualmente, esses aviões estão armazenados no centro de manutenção da companhia no aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
O pedido original da companhia previa a aquisição de 135 jatos da família MAX, sendo 110 modelos MAX 8 e mais 30 MAX 10. Em abril, no início da crise no setor aéreo causada pela pandemia da COVID-19, a Gol revisou o pedido e excluiu 34 aeronaves da encomenda.
No longo prazo, a Gol planeja substituir todos os modelos 737 NG (91 modelos 737-800 e 24 737-700) de sua frota pelos novos jatos da série MAX, que no site da companhia são citados como “737-8”.
A Gol recebeu seus primeiros 737 MAX em junho de 2018 e tinha grandes expectativas com o novo jato da Boeing. Mais e eficiente e com maior capacidade de passageiros, o MAX poderia expandir rapidamente os negócios da companhia, com mais opções de destinos, sobretudo internacionais, e aumentar a rentabilidade substituindo os modelos 737 NG da geração anterior. Tudo isso ainda pode acontecer, mas certamente será bem mais devagar que o esperado.
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