A Boeing Company anunciou nesta terça-feira (12) os resultados de entregas de aeronaves comerciais e de defesa no quarto trimestre do ano passado, além do saldo consolidado de 2020.
Como era esperado, devido a demora no retorno do 737 MAX e a pandemia do novo coronavírus, a fabricante americana registrou mais um resultado lamentável na área de aviação comercial em 2020, com apenas 157 aeronaves entregues.
Comparado a 2019, outro ano ruim da Boeing (com 380 jatos comerciais entregues) em função do aterramento do MAX, a queda foi 53% – e de 81% em relação a 2018 (quando entregou 806 aviões).
Fazia tempo que a Boeing não encerrava um ano com menos de 200 aviões comerciais entregues aos clientes. A última vez que isso aconteceu foi em 1984, quando entregou 146 aeronaves.
O resultado da gigante americana em 2020 só não foi pior devido a liberação do 737 MAX em dezembro. Até os últimos dias do ano passado, a empresa conseguiu entregar 31 aeronaves do tipo. Esses jatos estavam concluídos e estacionadas em instalações da Boeing nos EUA há meses à espera da recertificação após dois acidentes fatais, em 2018 e 2019.
Os demais aviões entregues pela Boeing no quarto trimestre de 2020 foram três jatos 747, 10 767, 11 777 e quatro 787. Sendo assim, o saldo total de entregas de aviões comerciais ficou em: 43 737 (esse número inclui os últimos 737 NG), cinco 747, 30 767, 26 777 e 53 787 Dreamliner.
“A retomada das entregas do 737 MAX em dezembro foi um marco importante à medida que fortalecemos a segurança e a qualidade em nossa empresa. Estamos trabalhando em estreita colaboração com nossos clientes globais e monitorando a lenta recuperação do tráfego internacional para alinhar a oferta com a demanda do mercado em nossos programas widebody. Em 2021, continuaremos tomando as ações certas para aprimorar nossa cultura de segurança, preservar a liquidez e transformar nossa negócios para o futuro”, disse Greg Smith, vice-presidente executivo de Operações Corporativas e diretor financeiro da Boeing.
Os números divulgados pela Boeing incluem ainda as entregas de aeronaves militares, setor onde a fabricante se manteve estável. Foram entregues 19 helicópteros de ataque AH-64 Apache, 27 helicópteros de transporte CH-47 Chinook, quatro caças F-15 Eagle, 20 caças F/A-18 Super Hornet, 14 aviões-tanque KC-46 Pegasus e 15 jatos de patrulha marítima P-8 Poseindon.
Goleada da Airbus
Comparando o resultado de entregas da Boeing com o da Airbus em 2020, os europeus bateram os americanos com uma “goleada”.
A despeito da crise gerada pela pandemia, a Airbus encerrou o ano passado com um saldo de 566 aeronaves comerciais entregues, número que o grupo europeu considerou uma prova de sua “resiliência” num momento tão conturbado no mercado global.
Na medida do possível, foi um bom desempenho para a fabricante do Velho Continente, embora tenha ficado 34% abaixo do resultado de 2019, o melhor ano na história da Airbus, com 861 aeronaves enviadas aos clientes.
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