A demanda por transporte aéreo poderá ultrapassar a capacidade de processamento de passageiros em 2025 caso não haja investimentos em infraestrutura no setor. É o que aponta o Plano Aeroviário Nacional (PAN), lançado nessa quarta-feira (21), em Brasília, pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação.
O plano, elaborado pela Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), é o primeiro estudo de planejamento integrado do setor realizado pelo governo federal e traça uma projeção de longo prazo no país, apontando tendências e alternativas de expansão do segmento para os próximos 20 anos.
“Pela primeira vez temos uma referência para o setor de transportes aeroviário nacional que analisa a evolução da demanda, a partir de uma visão de futuro. Agora, o PAN será a base para a construção de estratégias públicas e privadas que possibilitem a ampliação da oferta dos serviços de forma econômica e sustentável para a sociedade brasileira”, afirma o ministro dos Transportes, Valter Casimiro.
De acordo com a publicação, são necessários R$ 25,5 bilhões de investimentos no setor até 2038. Deste total, R$ 6,76 bilhões estão previstos nos contratos de concessão aeroportuária, enquanto os demais R$ 18,7 bilhões seriam custeados pelo Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).
Além disso, o estudo também apresenta nova classificação para a rede de aeroportos do Brasil, em duas maneiras distintas: uma pela função do aeroporto na rede conforme sua relevância para o setor, ou pelo seu porte de operação de aeronaves e passageiros.
Com base nessa classificação da rede de aeroportos e na análise de cenários, o SAC pode identificar o avanço da demanda e a necessidade de aumento da capacidade do setor. De acordo com o plano, o Brasil teria no futuro uma rede formada por 28 aeroportos principais, chamados de metropolitanos, 22 secundários ou metropolitanos complementares, 139 regionais (entre primários “A” e secundários “B”) e 508 complementares.
Plano nacional
Atendendo às recomendações da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), o PAN surgiu a partir de uma série de dados e informações que serviram para a formulação de possíveis cenários para o desenvolvimento do setor. Entre eles, estão os estudos sobre projeção de demanda para os próximos 20 anos, a identificação de rotas potenciais para o transporte aéreo, a modelagem de custos e receitas aeroportuárias e a estimativa de investimentos necessários para a infraestrutura aeroportuária, aeronáutica civil e segurança operacional nos aeroportos brasileiros.
“O Plano Aeroviário Nacional é um marco para o setor de transporte aéreo brasileiro. Uma iniciativa há muito tempo reivindicada pela sociedade e que agora se consolida como uma referência para o planejamento setorial”, afirma o secretário de Aviação Civil, Dario Lopes.
Segundo Lopes, o PAN passa a ser um importante instrumento para a priorização dos investimentos futuros na aviação regional, pois de forma objetiva é possível identificar os aeroportos que apresentariam maiores benefícios para a população caso fossem preparados para a oferta de voos comerciais.
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