O governo argentino decidiu lançar um programa de recuperação e modernização do Boeing 757 presidencial, conhecido como ‘Tango 01’. A informação foi revelada por fontes do site Infobae, que revelou que o trabalho deve consumir ao menos US$ 12 milhões (cerca de R$ 64 milhões).
Desde que assumiu o governo da Argentina, o presidente Alberto Fernández já havia determinado a volta da aeronave, comprada nos tempos de Carlos Menem e que está sem uso desde 2015.
Mauricio Macri, antecessor de Fernández, preferiu utilizar aviões de carreira enquanto não era possível comprar uma aeronave mais nova. Nesse período, o jato tem sido mantido em condições mínimas de recuperação na base aérea de El Palomar a um custo mensal de US$ 220 mil.
Segundo o Infobae, a decisão política já está tomada e sua recuperação deverá ser feita nas instalações da FADEA, fabricante local de aeronaves, na cidade de Córdoba.
Apesar da idade – o avião foi adquirido em 1992 -, o 757-200 estaria em boas condições, com cerca de 14.000 horas de voo. Entre os trabalhos a serem realizados estão a recuperação dos turbofans, reparo dos trens de pouso, repintura externa e instalação de aviônicos mais avançados como um sistema digital de comunicação.
No entanto, o grande desafio é ampliar a capacidade de combustível do bimotor, a fim de permitir voos com autonomia de 10.200 km em vez dos atuais 6.000 km.
Vizinhos com aviões melhores
Os rumores de que o governo Fernández tinha a intenção de recuperar o ‘Tango 01’ surgiram logo após a posse, no início de 2020. No entanto, a pandemia atrasou uma definição e obrigou o presidente do país a utilizar jatos executivos em seus deslocamentos na região.
A intenção é lançar uma licitação internacional no ano que vem e que incluíria como requisito a execução de parte dos serviços na FADEA. A estimativa é que os trabalhos levem cerca de quatro meses para serem executados.
O polêmico investimento num momento em que a Argentina passa por uma grave crise financeira e sanitária é justificado internamente pelo fato de países vizinhos como Bolívia, Chile e Brasil terem aviões presidenciais “melhores”, diz o Infobae.
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