A compra dos esperados caças supersônicos para a Força Aérea Argentina (FAA) chegou a um novo impasse nas últimas semanas após o governo não ter incluído o projeto no orçamento federal de 2024.
A verba seria necessária para que se pudesse enfim anunciar a aeronave escolhida para substituir os Mirage III, aposentados em 2015. A decisão está entre o caça sino-paquistanês JF-17 Thunder, o indiano HAL Tejas e o F-16, dos EUA.
Segundo a mídia argentina, o Ministério da Defesa do país tem mostrado pouca disposição em avançar com o processo, ainda mais perto das eleições presidenciais, cujo primeiro turno está marcado para 22 de outubro.
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Apesar disso, o Ministério das Relações Exteriores assinou nesta semana o Termo de Terceiros (Third Party Transfer em inglês), em que aceita o aval dos Estados Unidos caso decida repassar armamentos comprados americanos para outros países.
O documento era uma condição para que a proposta de venda de 38 caças F-16 Dinamarca possa ser formalizada. O país europeu está recebendo o caça de 5ª geração Lockheed Martin F-35 e já anunciou que alguns F-16 serão enviados à Ucrânia.
Os EUA exigem que os países que operam seus aviões só os revendam no futuro com anuência norte-americana, por receio de que componentes e tecnologia acabem chegando a nações como China ou Rússia.
Segundo o jornal Clárin, a Força Aérea já teria se mostrado favorável ao acordo com os EUA. Embora os F-16 sejam mais antigos, tratam-se de aeronaves mais capazes e testadas em combate.
Também pesam contra os outros dois concorrentes o número menor de aeronaves (12) e aspectos de cada modelo como a autonomia pequena, no caso do Tejas, e a oferta de caça de dois assentos de uma versão anterior, no caso do JF-17, explicou o Pucará Defensa.
Favorito de extrema direita
A poucos dias das eleições presidenciais, a Argentina vive o auge de uma crise financeira, com inflação descontrolada e recessão.
O candidato governista, Sergio Massa, atual ministro da Economia, disputa a sucessão de Alberto Fernandéz sobretudo com Patricia Bullrich e o libertário Javier Milei, de extrema direita e que lidera as pesquisas.
A indefinição torna a decisão de escolher um novo caça mais difícil em meio a cortes de verbas e o pouco tempo disponível para concluir um acordo.
Ao que tudo indica, a Força Aérea Argentina continuará por algum tempo dependendo dos aviões subsônicos de ataque A-4AR para defender as fronteiras do país.
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