Governo confirma decisão de afundar o ex-porta-aviões São Paulo

Segundo nota do Ministério da Defesa, Marinha do Brasil e Advocacia Geral da União, casco da embarcação terá afundamento planejado e controlado em local a 350 km da costa brasileira
O ex-porta-aviões São Paulo no litoral de Pernambuco (Reprodução/TV Record)

O governo brasileiro confirmou por meio de nota conjunta do Ministério da Defesa, Marinha do Brasil e Advocacia Geral da União a decisão de afundar o ex-porta-aviões São Paulo, a despeito de protestos de organizações ambientais.

Segundo ele, o casco da embarcação será alijado em Zona Econômica Exclusiva do Brasil, fora de área de proteção ambiental e livre de interferências como cabos submarinos ou que tenham previsão de projetos sobre águas.

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O local exato não foi revelado, mas possui cerca de 5 mil metros de profundidade e está a 350 km da costa brasileira, onde o navio foi levado pelo Navio de Apoio Oceânico “Purus” em 20 de janeiro.

As entidades envolvidas no caso tentaram justificar a decisão ao culpar o estaleiro turco SÖK Denizcilik pela situação irrecuperável da embarcação.

O porta-aviões São Paulo ao lado do USs Ronald Reagan (CVN-76)

Segundo o governo, a Marinha e o IBAMA tentaram dar um fim ambientalmente sustentável ao navio, mas que após o governo turco suspender a autorização para entrada do porta-aviões em suas águas territoriais teve de determinar o retorno do casco ao Brasil.

A Marinha diz ainda que realizou uma perícia no casco do porta-aviões para verificar a integridade do casco e as condições de flutuabilidade e estabilidade.

Diante das avarias encontradas, Autoridade Marítima Brasileira (AMB) determinou que a SÖK a manutenção de um seguro para o casco assim como a apresentação de um contrato para atracação e reparo da embarcação.

Rebocador Alp Centre em processo de amarração ao NAe São Paulo, no início de agosto (AIRWAY)

Degradação das condições de flutuabilidade e estabilidade

A AMB diz ainda que apresentou ao estaleiro uma lista de empresas e locais onde o reparo poderia ser feito, mas que não poderia interferir em negociações privadas.

“Diante da inércia do proprietário em atender aos requisitos determinados pela AMB e da iminente possibilidade de abandono do casco no mar, a AMB realizou nova inspeção pericial no casco, na qual foi constatada uma severa degradação das condições de flutuabilidade e estabilidade”, diz trecho da nota.

Por fim, o Ministério da Defesa, a Marinha e a AGU consideraram que o casco acabará afundando diante da situação precária em que se encontra e que “não é possível adotar outra conduta que não o alijamento do casco, por meio do afundamento planejado e controlado”.

O governo, no entanto, não revelou quando o procedimento de naufrágio controlado do antigo porta-aviões ocorrerá, mas afirmou que tomará todas as medidas extrajudiciais e judiciais cabíveis para isso.

Entenda a cronologia do caso:

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  1. Bom, já que vamos afundar, seria uma ótima oportunidade de equipar nosso caça Gripen e disparar contra o Nae São Paulo como exercício de guerra.

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