O número de aviões é idêntico assim como a presença do presidente chinês Xi Jinping como testemunha, mas o cenário, o anfitrião e sobretudo o fabricante agraciado com a encomenda de 300 aeronaves são outros. Como que repetindo o agrado oferecido ao presidente americano Donald Trump em novembro de 2017 durante sua visita ao país, quando adquiriu 300 jatos da Boeing de um e dois corredores, a empresa China Aviation Supplies Holding Company (CAS) voltou a comprar a mesma quantidade de aviões, porém, desta vez da Airbus.
O acordo, assinado nesta quarta-feira em Paris, envolve a aquisição de 290 aviões da família A320 e 10 A350 de versões não especificadas. No evento, é claro, estava o presidente francês Emmanuel Macron, “sócio” da Airbus juntamente com Alemanha e Espanha.
“Temos a honra de apoiar o crescimento da aviação civil da China com as nossas principais famílias de aeronaves – corredor único e widebodies”, afirmou Guillaume Faury, presidente da Airbus Commercial Aircraft e futuro CEO do grupo. E quem não ficaria honrado com tamanha encomenda estimada em mais de R$ 100 bilhões?
Aproveitem enquanto é tempo
A CAS é uma empresa de leasing chinesa, porém, como outras companhias do país comunista, pertence ao governo, mais precisamente à Administração de Aviação Civil da China. Sua função, é claro, envolve oferecer aviões comerciais para as inúmeras companhias aéreas chinesas, o mercado que mais cresce no mundo.
As previsões de Boeing e Airbus, inclusive, são semelhantes: a fabricante americana acredita que a China precisará de 7.240 aviões nos próximos 20 anos enquanto a empresa europeia prevê um pouco mais, 7.400 unidades. É bom, no entanto, aproveitar o atual momento em que as duas gigantes não têm concorrentes nesse segmento, algo que deve mudar na próxima década e justamente por iniciativa da China.
O país possui hoje vários projetos de aviões comerciais em desenvolvimento, entre eles o C919, um rival para o Airbus A320 e Boeing 737, e o CR929, um widebody do porte de um A350. A sorte das fabricantes ocidentais é que esses jatos ainda demorarão muito para serem considerados numa eventual (ou certa?) compra pela empresa chinesa CAS.
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Será que ainda dá pra reverter essa fusão entre Embraer e Boeing?
Pois olha que momento horrível que a Boeing vive… e a Embraer pode sair machucada.
Tem que ter muita coragem optar em voar em avião chinês de empresa que possua passagem similar em preço a outra que utilize aviões ocidentais. Se a diferença de preço for pequena vou sempre optar por aviões ocidentais.