A Azul Linhas Aéreas tem nada menos que 189 milhões de euros a receber do governo português, ou cerca de R$ 1,05 bilhão em valores atuais. A dívida é parte de repasses financeiros feitos pela empresa aérea brasileira para capitalizar a TAP em 2016, revelou o jornal Público.
Na época, a companhia aérea portuguesa acabara de ter seu controle repassado para os empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa, embora o governo mantivesse uma participação na empresa.
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O valor original é de 90 milhões, mas os juros acumulados nesse período já somam mais 99 milhões de euros. O governo de Portugal tem até 2026 para quitar a dívida, mas deve resolver o assunto após a nova privatização da TAP, cuja concorrência está prestes a ser publicada.
Originalmente, o empréstimo previa sua conversão em ações da TAP, mas o governo português, que decidiu reassumir a transportadora, não autorizou o negócio.
Atlantic Gateway
A TAP teve 61% das suas ações repassadas para o consórcio Altantic Gateway, formado por Neeleman e Pedrosa, em junho de 2015.
Logo após assumirem a empresa aérea, os executivos anunciaram uma encomenda de 53 jatos novos da Airbus, incluindo modelos A321neo e widebodies A330-900neo.
Em 2016, no entanto, o recém empossado 1º Ministro António Costa determinou que o governo voltasse a controlar a TAP, para isso adquirindo ações por 1,9 milhão de euros.
A gestão da companhia aérea acabou sendo palco de desentendimentos entre os sócios privados e o governo. Já em meio a pandemia do Covid-19 e prejuízos expressivos, David Neeleman vendeu sua parte na TAP em 2020.
No final de 2021, o governo de Portugal reestatizou a TAP, mas com a promessa de voltar a oferecê-la para a iniciativa privada.
Vários grupos como Lufthansa, Air France-KLM e IAG são apontados como interessados em controlar a empresa aérea portuguesa.