Os cortes de subsídios nos programas de aeronaves comerciais russas vão além do quadrimotor IL-96-400M. Segundo a Flight Global, o governo do país também pleiteia reduzir o investimento no CR929, um widebody de nova geração desenvolvido em parceria com a China.
Proposta legislativa do governo russo estima cortar subsídios em R$ 920 milhões, restando apenas R$ 630 milhões disponível para os próximos três anos. O motivo é o efeito da pandemia sobre a demanda de novas aeronaves.
“Nessas condições, nossas fabricantes foram forçadas a revisar seus programas para reduzir o volume de produção”, diz o documento enviado ao parlamento russo.
O CR929 não é o único programa da UAC afetado pela proposta. Também o avião de um corredor MC-21 deverá perder recursos financeiros nos próximos dois anos, só previstos para serem retomados em 2023.
Fornecedores russos
A proposta do governo russo, no entanto, amplia o investimento em desenvolvimento de componentes produzidos no país para substituir fornecedores estrangeiros. A Rússia tem sido alvo de embargos comerciais do Ocidente e pretende diminuir a dependência de países como Estados Unidos, França e Alemanha.
Um dos pilares dessa iniciativa está na certificação de novos turbofans Aviadvigatel PD-14 e PD-8 que substituirão motores ocidentais no MC-21 e SSJ100.
Quanto ao programa do CR929, o governo também afirma que haverá um atraso no processo de seleção de fornecedores de equipamentos e aviônicos. Com capacidade para 280 passageiros, o CR929 pretende ser uma alternativa a modelos como o Boeing 787 e o Airbus A350, mas o programa conjunto tem enfrentado vários problemas.
Desentendimento com chineses
O governo de Vladimir Putin tem demonstrado insatisfação com o programa do jato de longo alcance. Em recentes declarações, a Rússia considerou que a China está direcionando a parceria para beneficiar a COMAC ao propor que os aviões vendidos para as companhias aéreas chinesas não tenham participação da UAC.
Aos russos, caberia oferecer a aeronave no mercado global, o que por si só é uma tarefa bastante difícil diante da conhecida rejeição aos produtos fabricados no país.
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Diante dessa rejeição os russos deveriam procurar uma parceria com a Embraer e entregar toda a parte comercial para nós, assim eles eliminariam essa rejeição; pois a Embraer introduziria a possíveis compradores com aviônica e tecnologia de primeira geração, Mas como o proprio jornalista fala; o fim da pandemia é quem vai ditar as regras e o jogo do mercado, enquanto isso, é engavetar e aguardar…..