A imprensa argentina vem noticiando nesta semana que a força aérea da Guatemala está próxima de concluir a aquisição de jatos militares IA-63 Pampa III produzidos pela FAdeA (Fabrica Argentina de Aviones).
De acordo com o jornal Clarín, o país na América Central vai adquirir duas aeronaves por US$ 28 milhões. O contrato ainda inclui treinamento de pilotos e técnicos de manutenção, equipamentos de apoio e opções de compra para mais três aviões.
Está será a primeira exportação do Pampa e a primeira da FAdeA em mais de 25 anos, relatou o jornal portenho. A publicação também apontou que o ministério da defesa da Argentina também está negociando a venda do jato para a Bolívia, Costa Rica, México e Paraguai.
Flecha argentina
O Pampa é o filho mais novo de uma antiga linhagem de caças a jato fabricados pelos argentinos – a Argentina foi um dos países pioneiros na construção de aviões com motor a jato.
A aeronave foi desenvolvida entre o final dos anos 70 e início dos 80 para atender um pedido da Fuerza Aérea Argentina (FAA) para um novo avião de treinamento avançado. O primeiro protótipo voou em 6 de outubro de 1984.
O avião foi desenvolvido originalmente pela FMA (Fábrica Militar de Aviones), criada pelo governo da Argentina, e posteriormente renomeada como FAdeA. A fabricante argentina ainda teve ajuda da alemã Dornier no início do projeto. Não por acaso, o design do Pampa tem forte influência do Alpha Jet e parece uma versão reduzida do jato franco-alemão.
A demora na introdução da aeronave e a continuação de seu desenvolvimento, porém, são grandes manchas na carreira do Pampa. Programas de modernização e sua implementação na FAA sempre atrasaram ou foram cancelados. Em mais de três décadas de produção, menos de 30 aviões foram entregues.
Todos os Pampa ficam baseados na base da FAA em Mendoza, onde operam como aviões de treinamento avançado. O jato argentino também tem certa capacidade de combate, com opções de ser armado com um canhão de 30 mm, bombas e foguetes.
Nos anos 90, o Pampa viveu um de seus maiores momentos de evidência quando concorreu no programa de aeronaves de treinamento primário da força aérea dos Estados Unidos. Nessa época, a ainda FMA era controlada em forma de concessão pela Lockheed Martin. O grupo entrou na disputa com o Pampa 2000, mas o avião argentino perdeu para o turbo-hélice T-6 Texan II, da Beechcraft.
A versão mais recente da aeronave, o Pampa III, pode utilizar praticamente todo o leque de armas do A-4AR, versão argentina do veterano caça-bombardeiro McDonnell Douglas A-4 Skyhawk. As duas aeronaves compartilham o mesmo software de armamentos. As duas primeiras unidades do novo Pampa foram entregues à FAA em fevereiro deste ano.
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