A invasão russa à Ucrânia fez ‘duas vítimas’ a milhares de quilômetros do conflito e não estamos falando de soldados ou civis. São os protótipos de helicópteros 360 Invictus e Raider X.
Nesta quinta-feira, 8 de fevereiro, o Exército dos EUA anunciou o fim do programa FARA (Future Attack Reconnaissance Aircraft, ou Futura Aeronave de Ataque e Reconhecimento), que daria origem a um novo helicóptero armado para substituir já desativado Bell OH-58 Kiowa.
Disputavam o contrato a Bell com o Invictus, um helicóptero de configuração convencional e assentos em tandem, e a Sikorsky com o Raider X, que usa a tecnologia de rotores coaxiais e hélices voltadas para trás.
A subsidiária da Lockheed Martin deverá lamentar mais a decisão já que havia perdido outra concorrência do Exército, a FLRAA, em que a Bell foi escolhida com o tilt-rotor V-280 Valor.
“Estamos aprendendo com o campo de batalha – especialmente na Ucrânia – que o reconhecimento aéreo mudou fundamentalmente”, disse o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Randy George.
“Sensores e armas montados numa variedade de sistemas não tripulados e no espaço são mais omnipresentes, de maior alcance e mais baratos do que nunca”, justificou o general.
Prioridade para sistemas não tripulados
O Exército, no entanto, deverá manter o programa durante 2024 e fazer voar os dois protótipos de helicópteros, que já estão prontos. Eles iniciariam a campanha de voo neste ano como a última fase antes da decisão sobre o vencedor da concorrência.
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Entre os programas que serão priorizados a partir de agora estão o Future Tactical Unmanned Aircraft System e Launched Effects, além de vários sistemas de aeronaves comerciais pequenas não tripuladas.
A mudança vai em linha com o que se testemunhou durante a guerra na Ucrânia, em que pequenos drones tiveram um papel fundamental para obter vantagem no campo de batalha.
Ao mesmo tempo, helicópteros blindados de ataque sofreram pesadas baixas, sobretudo do lado russo, o mais notório os modelos Ka-52 Alligator, perdidos aos montes.
Mais Blackhawks e Chinooks
Além do fim do programa FARA, o Exército também encerrará a produção da versão UH-60V do Blackhawk e postergará a produção do Motor de Turbina Melhorado (ITEP) para que seja possível integrá-lo aos atuais UH-60 e AH-64 Apache.
A Sikorsky, por outro lado, deverá se beneficiar com novos contratos plurianuais do UH-60M Blackhawk, além de atualizações na frota do popular helicóptero.
A Boeing, por sua vez, terá a produção do Chinook CH-47F Bloco II autorizada, encerrando um período de incertezas no programa.
O Exército também afirmou que o V-280 Valor deverá entrar em operação no início dos anos 2030.
Creio que o próximo programa a ser cancelado é o Bell V-280 Valor, principalmente pelos problemas que a USAF e o USMC estão tendo com o Osprey.