Foi no dia 11 de agosto de 1995 que a Embraer praticamente nasceu de novo. A fabricante brasileira, fundada em 1969 para produzir o turboélice Bandeirante, foi uma empresa estatal até 1994 quando o governo federal decidiu privatizá-la diante de uma crise financeira que poderia ter posto fim a ela.
No início dos anos 90, a Embraer vivia também uma crise de identidade, sem produtos de grande volume e com um projeto que consumia tempo e dinheiro sem chegar a uma conclusão, o EMB 145, seu primeiro jato comercial.
Após mudar de configuração algumas vezes, a aeronave passou a ser a prioridade da recém privatizada companhia. Logo, o resultado desse desenvolvimento começaria a render frutos quando o jato, prefixo PT-ZJA, decolou pela primeira vez 25 anos atrás.
Certificado no ano seguinte, o EMB 145 começou a contagem regressiva para entrar em operação, o que ocorreu em abril de 1997, marcando a estreia do modelo no seu principal mercado, os Estados Unidos – a Continental Express foi a cliente lançadora da aeronave.
Desde então, a Embraer passou a ter um papel cada vez mais importante na aviação comercial. Logo, a empresa lançaria as variantes EMB-135 e EMB-140. Mais tarde, já em 1997, a empresa brasileira daria seu passo mais ambicioso ao lançar o Embraer 170, baseado num projeto completamente novo, e que levou à criação da família E-Jet. Nesse meio tempo, a Embraer rebatizou o modelo, abandonando a tradição iniciada pelo Bandeirante, e trocada pela sigla ERJ (Embraer Regional Jet).
Metamorfose com asas
Quando decolou da base da empresa em São José dos Campos, em 1995, o jato exibia a famosa pintura cromada que estreou no turboélice EMB-120 Brasilia, mas o PT-ZJA ainda passaria por situações bastante curiosas nos anos seguintes.
O primeiro protótipo do EMB 145 tornou-se um faz tudo para a Embraer logo após encerrar o processo de certificação de tipo. Quando decidiu lançar a versão EMB 135, para 37 passageiros (contra 50 do modelo original), a empresa preferiu transformar o PT-ZJA no novo padrão. Em junho de 1998, o agora ERJ-135 decolou pela primeira vez, após passar pela metamorfose ao perder duas seções da fuselagem e 3,6 metros de seu comprimento.
Não demorou muito para o PT-ZJA voltar ao hangar para uma nova transformação. Após um pedido da regional American Eagle, que queria uma aeronave com 44 lugares, a fabricante brasileira decidiu lançar o ERJ-140, com 2,12 metros a mais que o ERJ-135.
A quem coube mostrar a nova configuração? Ele mesmo, o PT-ZJA, que voou com seu novo nome em junho de 2000. O ERJ-140, no entanto, não teve grande aceitação e o primeiro protótipo da família finalmente pode se aposentar. Em 2010, a Embraer doou a aeronave para o Museu da Aeronáutica e desde então o jato está exposto na base aérea do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro.
Estima-se que mais de 1.200 jatos da família ERJ foram produzidos nestes 25 anos, sem contar a variante executiva Legacy, que foi baseada no ERJ-135 e teve o último exemplar montado recentemente.
Com informações do site Cultura Aeronáutica.
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