Conhecida no Brasil por seus automóveis, a Hyundai em breve estará presente na aviação comercial. A Hyundai Development Company (HDC), divisão do grupo sul-coreano que atua no ramo de construção imobiliária, assinou na última sexta-feira (27) um acordo para assumir o controle majoritário da Asiana Airlines, a segunda maior companhia aérea da Coreia do Sul.
A negociação também tem a participação do banco de investimentos Mirae Asset Daewoo, empresa do Daewoo Group, que formou um consórcio com a HDC. As duas empresas sul-coreanas pretendem pagar US$ 2,2 bilhões pela participação de 31% da Asiana, que pertencem ao grupo Kumho. O acordo deve ser concluído até abril de 2020.
O consórcio também planeja investir US$ 1,8 bilhão em novas ações emitidas pela Asiana e suas afiliadas – Air Busan, Air Seoul, Kumho Resort e Asiana IDT. A maior parte dessa injeção de capital será proveniente da HDC, que almeja alcançar uma participação de 61,5% na companhia aérea. Já Mirae Asset Daewoo quer uma fatia de 15% da empresa.
“Iniciaremos o processo de aquisição imediatamente para estabilizar (financeiramente) a Asiana Airlines e torná-la uma transportadora que coloca a segurança em primeiro lugar”, disse Ching Mong-guy, presidente da HDC. “Será uma oportunidade de dar um passo à frente não apenas no setor de aviação, mas também como um grupo de transporte.”
Crise financeira
Em abril deste ano, o grupo Kumho, controlador da Asiana, anunciou que planejava vender a companhia como uma solução para sua crise financeira. O processo de negociação foi iniciado em julho e foram vários os candidatos interessados em assumir a empresa aérea, incluindo a Korean Air, a maior empresa aérea da Coreia do Sul.
No mês passado, o consórcio formado pela HDC e a Mirae Asset Daewoo foi selecionado pelo grupo Kumho como o licitante preferido para assumir a Asiana Airlines.
Durante anos, a Asiana foi forçada a operar uma frota de aeronaves mais antigas devido ao acúmulo de dívidas. Isso impediu a companhia de participar do forte crescimento do mercado asiático de aviação comercial.
Em 2018, no auge de sua crise, a companhia chegou a operar voos sem oferecer refeições de bordo aos passageiros, mesmo em viagens com mais de 12 horas de duração. Recentemente, a Asiana também cancelou uma série de voos que não eram lucrativos, especialmente rotas para os EUA.
Agora com a Hyundai assumindo como principal proprietária, a Asiana tem chances (e dinheiro) de se tornar a maior companhia aérea da Coreia do Sul, preveem analistas do setor.
Fundada em 1988, a Asiana Airlines tem hoje um frota composta por cerca de 85 aeronaves (incluindo a divisão de carga). A maior estrela da companhia é o gigante Airbus A380, dos quais tem seis unidades em serviço.
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