O caça Harrier surgiu no final da década de 60 em busca de um feito, oferecer a capacidade de pouso e decolagem verticais em um avião de combate. Muitos projetos haviam tentando unir essa funcionalidade em uma aeronave de ataque, mas apenas o modelo da Hawker Siddeley obteve sucesso na época.
O segredo do jato era o motor Rolls-Royce Pegasus, de empuxo vetorável e que em vez de ter uma saída comum possui quatro escapes rotativos e que podem ser posicionados numa variação de ângulos de quase 100 graus.
O Harrier entrou em serviço na Real Força Aérea (RAF) em 1969, mas foi a versão Sea Harrier que ganhou notoriedade em 1982 durante a Guerra das Malvinas. Com uma frota de porta-aviões restrita, a Marinha Real utilizou o caça e mesmo a versão terrestre para retomar o controle de arquipélago no Atlântico Sul, tomado pela Argentina.
Já nessa época uma nova geração do caça V/STOL estava sendo desenvolvida, numa parceria entre a BAE e a McDonnell Douglas (atual Boeing). O AV-8B ou Harrier II entrou em serviço em 1985, sendo encomendado pelos Fuzileiros Navais dos EUA.
Onde estão os Harrier em serviço?
Desde então, a aeronave permanece como um ativo importante na força norte-americana, ao contrário do Reino Unido, que já aposentou todos os seus Harriers.
A introdução do caça Lockheed Martin F-35, no entanto, foi a deixa para encerrar a carreira do Harrier. Tanto o USMC quanto a Marinha da Itália estão em meio a esse processo.
Os EUA, entretanto, devem postergar a operação do AV-8B até 2029, apesar da chegada do F-35B. Em janeiro, a empresa Vertex Aerospace foi vencedora de um contrato de atualização do caça com o intuito de estender sua vida útil até o final da década.
A frota de Harrier II no USMC compreende 124 aeronaves, entre aviões com radar, para ataque noturno e para treinamento.
Espanhois querem o Harrier até 2030
A Itália, que está colocando em serviço seu novo porta-aviões Cavour, começou a receber os F-35B e que já realizaram testes a bordo da embarcação.
Os 15 AV-8B (um deles TAV-8B) seguem listados em seu inventário, mas devem ser cada vez menos utilizados já que carecem de sistemas compatíveis com o Cavour.
O outro cliente do AV-8B é a Espanha, que também operou o primeiro Harrier, chamado no país de “Matador”.
Os espanhois pretendem manter seus 12 aviões operacionais até 2030, o que pode fazer deles os últimos Harrier em serviço no mundo. A Marinha do país negocia com o USMC a extensão de um programa de manutenção conjunta até pelo menos 2028.
Atualmente, os AV-8B operam no navio anfíbio Juan Carlos I mas há rumores que a nação europeia pode tornar-se mais um cliente do F-35 no futuro, o que foi desmentido recentemente.