Porta-aviões são embarcações projetadas e construídas para navegarem por décadas. Mas um dia é preciso parar, momento em que já não vale mais a pena continuar com programas de modernização. E esse dia chegou para o INS Viraat, navio-aeródromo que estava em operação com a Índia desde 1987, após ser comprado da Inglaterra.
A embarcação foi lançada ao mar em 1959, com a bandeira da marinha real da Inglaterra e o nome HMS Hermes. Sob o comando da marinha indiana, o Viraat (gigante, em sânscrito) era o navio mais antigo do mundo nessa categoria que ainda estava em operação, posto que agora passa a ser ocupado pelo NAe São Paulo, da Marinha do Brasil, comissionado na França em 1960, com o nome FS Fosh.
O Viraat é um porta-aviões do tipo “Ski-Jump”, no qual os aviões aceleram e correm pelo convés de voo até decolar com o auxílio de uma rampa. Diferentemente do São Paulo, ou dos super porta-aviões nucleares da Marinha dos Estados Unidos, o modelo usado na Índia não era equipado com catapultas para o lançamento de aeronaves.
O Viraat operava somente caças Harrier, que podem decolar e pousar na vertical, ou realizar esses procedimentos em espaços curtos. Não só isso, a marinha indiana desativou seus últimos Harrier navais em 2015.
Mas a Índia não vai ficar sem porta-aviões. A marinha do país navega desde 2013 com o INS Vikramaditya (“Bravo como o sol”), também um porta-aviões do tipo Ski-Jump, mas com dimensões e poder aéreo muito superiores às do Viraat, além de possuir sistema de cabos para recolher as aeronaves, que pousam de forma convencional.
O Vikramaditya foi construído na antiga União Soviética e lançado em 1987. Com a queda do bloco, o navio foi desativado em 1996 e posteriormente negociado com a Índia, em 2004. A principal aeronave que opera a bordo no porta-aviões indiano é a versão naval do caça MiG-29.
Veterano da Guerra das Malvinas
Antes de ser comandado pela Índia, a embarcação, então navegando o nome HMS Hermes, a serviço da Royal Navy (Marinha Real da Inglaterra) ficou famosa ao participar da Guerra das Malvinas, na disputa contra a Argentina pelo controle da Ilhas Falkland, em 1982, no Atlântico Sul.
Durante o conflito, a embarcação britânica ofereceu uma valiosa cobertura aérea para as forças em terra, com ajuda dos Harrier. Os caças de decolagem vertical, que eram novidade na época, também protagonizaram inúmeros combates aéreos com caças argentinos, vencendo todos os duelos sem perder nenhuma aeronave.
Uma coincidência interessante é que o Hermes passou boa parte de sua carreira com a Royal Navy baseado justamente no Oceano Índico, carregando aeronaves como o caça F-4 Phantom e o avião de ataque Blackburn Buccaneer. Posteriormente, foi modificado para o padrão Ski-Jump, dispensando as catapultas e também mudando drasticamente seu modo operação e aeronaves, com a introdução do Harrier.
O Viraat foi o primeiro porta-aviões da Índia e o plano da marinha é transformá-lo em museu. A embarcação está atualmente docada no porto de Cochim, no sul do país.
Outra coincidência, mas essa não tão boa, é que o primeiro porta-aviões do Brasil, o NAe Minas Gerais, aposentado em 2001, em vez de aproveitado, foi vendido como sucata por cerca de R$ 1 milhão e desmontado… na Índia!
Até os indianos sabem que preservar um porta aviiões lhes renderá milhares de dólares como museu, além de preservar a memória militar!!!! Enquanto aqui, os verdadeiros subdesenvolvidos quase deram de graça o nosso Nae Minas Gerais. Eta paisinho de m….
A foto apresentada não é Hermes na época da Guerra das Malvinas, mas sim o Invincible.
SDS.