A decisão de vender sua participação nos cinco aeroportos concedidos à iniciativa privada já está tomada, revelou o Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil Maurício Quintella a Agência Brasil nesta terça-feira (25).
Segundo ele, falta definir apenas o momento em que isso será feito embora reconheça que a decisão terá de ser tomada até dezembro quando termina o prazo para o recolhimento da outorga da concessão desses terminais.
Com seguidos prejuízos após perder os aeroportos de maior receita nas concessões do governo Dilma, a Infraero busca reequilibrar suas contas e mudar seu perfil de atuação. Um dos objetivos é que a empresa fique apenas com aeroportos de porte médio e faça parcerias com a iniciativa privada para explorar comerciais esses terminais.
O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, é um exemplo da nova postura da empresa. Está prevista para os próximos meses uma licitação para ampliar a área comercial além da adição de oito pontos de embarque. Os interessados em construir poderão explorar o potencial comercial de Congonhas como pagamento pela ampliação. No entanto, a licitação que ocorreria ainda este ano foi transferida para 2017.
Prejuízos nas concessões
No outro lado do balcão, a situação também não animadora. As concessionárias de Guarulhos, Brasília, Viracopos, Galeão e Confins sofrem com a queda na arrecadação causada pela crise econômica. E têm requisitado ao governo um reequilíbrio financeiro por conta das perspectivas frustradas de receita.
O pagamento de outorgas estão atrasadas ou foram parceladas, mas é consenso que o atual modelo não é mais sustentável. Para agravar ainda mais a situação, alguns sócios dessas concessionárias são construtoras envolvidas na Lava-Jato.
Na RioGaleão, comenta-se que a Odebrecht estaria prestes a vender sua participação no negócio. Já a Aeroportos Brasil, que administra Viracopos, em Campinas, busca diversificar as receitas ao negociar com os Correios um projeto de hub nacional de distribuição de encomendas expressas além de tentar atrair mais voos cargueiros, principal fonte de recursos do terminal.
A venda da participação da Infraero nesses aeroportos, além de sanear seu caixa, poderá atrair novos investidores que possam injetar dinheiro para que os projetos de ampliação sigam em frente. Enquanto isso, o governo federal e o Congresso buscam uma solução para que essas concessões ao prever a relicitação dos aeroportos, algo evitado pelos atuais consórcios.
Veja também: Galeão inicia operação do Píer Sul