A Força Aérea Brasileira (FAB) tem acionado suas aeronaves para interceptar aviões invasores do espaço aéreo com uma frequência elevada, mas não se trata de um ataque ao país. São pequenos monomotores e bimotores que tentam transportar drogas oriunda de países vizinhos.
Embora as interceptações sejam comuns, nos últimos dias chamou a atenção que os aviões A-29 Super Tucano foram acionados duas vezes em menos de 48 horas para impedir que aeronaves do tráfico de drogas conseguissem chegar a seus destinos clandestinos no Brasil.
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Na terça-feira, 9 de abril, um monomotor Cessna 182, de matrícula PT-CPR, entrou no espaço aéreo brasileiro oriundo do Paraguai.
The twin-engine Seneca transporting drugs after being intercepted by the Brazilian Air Force A-29. #fab pic.twitter.com/QbfJtNRyBM
— Air Data News (@airwayaviation) April 13, 2024
A aeronave foi detectada pelo jato E-99, de alerta aéreo antecipado (AEW), que acionou os turboélices A-29.
Os Super Tucanos interceptaram o Cessna e o instaram a pousar no Aeroporto de Londrina, porém, o piloto fez um pouso forçado em uma fazenda.
Ao tocar o solo, o monomotor acabou destruído, mas os ocupantes fugiram deixando as drogas para trás.
Seneca incendiado
Na tarde do dia seguinte, um bimotor EMB-810D Seneca, de matrícula PT-RQY, deixou a Bolívia em direção ao Brasil e novamente foi detectado, voando em baixa altura.
Os A-29 voltaram a decolar para interceptar o novo invasor. Após desobedecer a ordem de pousar, o Seneca recebeu um tiro de aviso e seus ocupantes realizaram um pouso forçado em uma área de difícil acesso.
Desta vez, no entanto, os dois homens a bordo conseguiram atear fogo na aeronave para destruir a carga ilícita antes de fugirem a pé.
Fronteira extensa
O Brasil é uma rota tradicional para o tráfico de drogas e sua imensa fronteira torna difícil o patrulhamento aéreo.
Os traficantes utilizam pequenos aviões que voam em alturas muito baixas para evitar a detecção, mas os sistemas de radar da Força Aérea têm conseguido rastreá-los.
Por suas características operacionais, de baixa velocidade, esses monomotores e bimotores são mais facilmente neutralizados pelo Super Tucano, uma variante mais potente do avião de ataque leve da Embraer.