A venda da Avibras, uma das mais tradicionais empresas aeroespaciais do Brasil, foi frustrada mais uma vez. Atolada em dívidas, a fabricante sediada em São José dos Campos (SP) negociava com um investidor anônimo há semanas, mas as conversas foram encerradas, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da região.
O interessado também buscava um acordo com os funcionários da empresa por meio de um representante, Carlos Fortner. A ideia era que o novo dono assumisse o passivo trabalhista e permitisse que as atividades fossem retomadas.
Os funcionários da Avibras estão em greve desde 9 de setembro de 2022 e não recebem salários, FGTS e INSS há 20 meses. A entidade lamentou o fim das conversas.
Segundo ela, o investidor propôs o pagamento de 8% dos valores referentes à multas trabalhistas, mas não a levou à assembleia em virtude de relatos que não davam a venda como certa.
Fundada em 1961
A Avibras entrou em recuperação judicial em março de 2022 em meio a dívidas crescentes. Apenas a dívida trabalhista já atingia a marca de R$ 327 milhões meses atrás.
No início do processo de recuperação, em 2022, a empresa contava com aproximadamente 1.400 empregados; hoje, esse número caiu para 924.
A empresa foi fundada em 1961, portanto, bem antes da Embraer, e teve períodos de prestígio, com exportação de armamentos para vários países.
Além de material bélico, como lançadores de foguetes, mísseis, foguetes e veículos táticos blindados, a Avibras Aeroespacial também desenvolve sistemas de navegação e comunicação, além de drones e aeronaves não tripuladas.
Entre os vários produtos da fabricante estão o míssil MICLA-BR, para o caça Saab Gripen, além do UAV Falcão e o lançador de foguete Astros.