O Irã apresentou nesta terça-feira (21) em Teerã o caça “Kowsar”, o primeiro jato de combate projetado e fabricado no país. No entanto, chamar a aeronave iraniana de “nova” é relativo: a aeronave desenvolvida pela nação do Oriente Médio, ao menos na parte externa, é uma cópia exata do Northrop F-5 Tiger, desenvolvido no final da década de 1950 nos Estados Unidos.
O ministério da defesa do Irã, porém, divulgou poucos dados sobre a aeronave. O gabinete se limitou a dizer que o caça conta com uma “arquitetura (eletrônica) altamente integrada”, “sistemas de mira de quarta geração”, capacidade para transportar “várias armas” e ser utilizada “em missões de apoio aéreo a curta distância”.
“Devemos nos preparar para lutar contra as potência militares que querem assumir nosso território e recursos”, disse o presidente do Irã, Hassan Rouhani, durante a cerimônia de apresentação do Kowsar. “Por que os EUA não nos atacam? Por causa do nosso poder, porque conhecem as consequências”, completou.
Nos últimos anos o Irã vem desenvolvendo sua própria indústria bélica, já que sanções econômicas internacionais impedem que a nação importe armamentos, além de uma série de outros produtos. As imposições foram iniciadas em 1979, quando o país passou pela Revolução Islâmica, e vem sendo ampliadas desde 1995 como uma resposta ao programa iraniano de enriquecimento de urânio – processo necessário para construir um artefato nuclear.
Segundo a agência iraniana Tasnim, o Kowsar já foi aprovado nos voos de teste e na quarta-feira fará um voo público, durante o desfile militar do Dia da Indústria de Defesa, celebrado no dia 22 de agosto no Irã.
Em abril de 2017, o Irã surpreendeu o mundo de diferentes formas ao apresentar um caça furtivo, o Qaher 313, com um design bem exótico, que foi descrito pela imprensa internacional como um “piada completa”. Desde então, o país não divulgou mais notícias sobre o projeto.
Refugo dos EUA…
A revolução islâmica de 1979 fez o Irã distanciar-se dos EUA, que passou de grande aliado político e comercial a inimigo número 1. A amizade destroçada entre os países teve como uma de suas consequências o sucateamento das forças armadas iranianas, que eram compostas em grande parte por equipamentos militares de fabricação americana. E isso continua assim até hoje.
A força aérea do Irã é até hoje um dos principais operadores do caça F-5 (também usado pela Força Aérea Brasileira), inclusive com importantes participações em combates, além de outros jatos veteranos, como o F-4 Phantom e o F-14 Tomcat. Nas poucas oportunidades que tiveram para atualizar a frota, os iranianos optaram por aeronaves produzidas na China e Rússia.
Interessante observar os indicativos em inglês na fuselagem do caça Iraniano, é até meio contraditório.