A tensão entre os EUA e o Irã poderá ganhar em breve uma virada com aspectos teatrais. Fotos de satélite do Planet Labs, obtidas pelo Defense One, mostram que os iranianos estão consertando uma réplica de porta-aviões que no passado serviu como alvo em treinamentos militares. Tudo isso, certamente, está sendo feito em preparação para novos ensaios de ataque.
O porta-aviões de mentira construído no Irã havia sido fortemente danificado em um exercício militar realizado em fevereiro de 2015. Em agosto do ano passado, satélites flagraram a embarcação sendo rebocada para a base naval de Bandar Abbas, onde está sendo restaurada.
A estrutura flutuante foi montada sobre uma barcaça e tem medidas e detalhes semelhantes aos dos porta-aviões nucleares da classe Nimitz operados pela Marinha dos EUA. Os primeiros indícios sobre o navio “fake” do Irã foram descobertos pelos americanos em 2014.
Bryan Clark, ex-assistente especial da Marinha dos EUA consultado pela publicação, suspeita de que a barcaça pode aparecer em um grande exercício militar que o Irã está planejando para março. O especialista afirmou que os iranianos podem utilizar o falso navio para testar suas armas e aperfeiçoar manobras de ataque.
“Um porta-aviões obviamente é muito grande. Para atacá-lo com mísseis de cruzeiro, você deve conseguir atingir o ponto de mira correto”, disse Clark, sobre o aprendizado que o Irã pode obter simulando ataques contra a barcaça. “Caso contrário, você apenas causará incêndios. Você não vai afundá-lo.”
Clark também acrescentou que o próximo exercício com a estrutura flutuante deve incluir ataques com drones, seguindo as tendências recentes de táticas militares dos iranianos. Em setembro do ano passado, o Irã realizou um ataque com aeronaves não tripuladas contra duas refinarias na Arábia Saudita, causando uma enorme perturbação no mercado de petróleo.
“A ideia de um ataque coordenado de drones e mísseis pode ser muito eficaz porque os drones podem agir para confundir e obscurecer a imagem aérea, para que as defesas inimigas não funcionem com a mesma eficácia”, disse o especialista.
Essa tática não exclusiva do Irã. A China também construiu um porta-aviões falso para testar e melhorar seus métodos de ataque contra esse tipo de embarcação.
A ideia de simular ataques contra porta-aviões pode soar de forma cômica, afinal esse tipo de navio possui um série de sistemas de defesa e sempre navegam acompanhados de outras embarcações. No entanto, vale lembrar que os navios-aeródromos dos EUA abrigam milhares de tripulantes e a perda de um aparelho seria uma enorme tragédia.
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