Irã teria demonstrado interesse em adquirir 150 aviões comerciais da Embraer

Não é a primeira vez que país do Oriente Médio tenta fechar acordo por jatos brasileiros, mas sanções comerciais, sobretudo dos EUA, impedem conclusão de qualquer negócio
Embraer E190
Segundo jornal, Irã teria interesse em encomendar 150 aviões da Embraer (Kwok Ho Eddie Wong)

Sem grandes encomendas há bastante tempo, a Embraer deve perder um pedido 150 aviões comerciais para empresas iranianas, afirmou o jornal Valor Econômico nesta semana. É o volume de unidades que o novo embaixador do país do Oriente Médio no Brasil afirmou ter interesse em adquirir, segundo a publicação. Ainda de acordo com o jornal, Hossein Gharib disse estar com o “cartão no bolso” para fechar negócio pelas aeronaves.

Entretanto, um acordo tem chance praticamente zero de ser fechado por conta das sanções dos Estados Unidos ao Irã. Como o presidente Jair Bolsonaro tem se alinhado ao discurso de Donald Trump, a venda dos aviões é impossível já que boa parte dos componentes da família de aeronaes E-Jet é norte-americana como os motores da Pratt & Whitney e o aviônicos da Honeywell.

O panorama não é muito diferente de quatro anos atrás quando o Irã tentou mais uma vez comprar aviões da Embraer. Na época, as sanções internacionais ao país por quebrar o acordo nuclear já vigoravam e impediram que outras encomendas da Airbus e ATR fossem entregues às companhias aéreas iranianas – apenas três A320 e 13 ATR 72 chegaram a ser enviados ao país.

O negócio com a empresa brasileira envolvia 20 jatos E195 no valor total de US$ 1 bilhão à época. Em novembro de 2016, o Tesouro dos EUA chegou a garantir aos bancos brasileiros que era possível financiar a venda para o Irã sem riscos de sanções. No entanto, Trump havia acabado de vencer a eleição presidencial americana e passaria a endurecer o jogo com os iranianos no ano seguinte.

Jato ERJ-145 com matrícula francesa que voa na iraniana ATA Airlines (Instagram)

Frota de aviões do passado

Por conta dos embargos econômicos, o transporte aéreo no Irã depende de uma grande frota de aviões antigos. Companhias aéreas como a Iran Air, Kish Air e Mahan Airlines operam jatos que já praticamente deixaram de voar com passageiros no Ocidente como o Airbus A300, Boeing 747-200, McDonnell Douglas MD-80 e Fokker 100. Os aviões mais novos em uso são A320 de primeira geração que tem unidades espalhadas por várias empresas.

Há pelo menos três aviões da Embraer em operação no Irã, todos do modelo ERJ-145, sendo dois na Pouya Air e que pertenceram originalmente à Continental Express (hoje parte da United) e um na Ata Airlines e que foi entregue novo para a suíça Crossair, segundo dados do site Planespotters. A companhia, aliás, esperava incorporar de 10 a 15 jatos brasileiros em 2018, segundo a mídia iraniana.

No final do ano passado, o CEO da Kish Air, Farzaneh Sharafbafi, revelou que a companhia pretendia fazer o leasing de três jatos da Embraer que estavam voando num país asiático.

Consultada pelo Airway, a Embraer afirmou que “não há nenhuma discussão com organizações iranianas, seguindo as diretivas de sanções e embargos a determinados países”.

Por conta do embargo, as companhias aéreas iranianas voam com aviões muito antigos como o A300 (Shahram Sharif – Wikimedia Commons)_

Veja também: Embraer estuda turboélice de passageiros para até 100 passageiros

 

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  1. O Irã não poderia fazer uma parceria com algumas empresas de leasing de países fora do alcance das sanções americanas para arrenda-los aos iranianos?

  2. Isto é a maior mentira no seguimento aeronáutico, o Iran não tem como comprar uma frota desta natureza. É MUITO fácil falar que os EUA estão boicotando a empresa brasileira e que o culpado é o Presidente Bolsonaro por ser aliado do Trump. Nem na época do chupa bolas dos aiatolás o sr. Lula, fizeram qualquer proposta séria. Como sempre estes regimes ditatoriais tentam causar intrigas e criar desinformação.

  3. É o embaixador Iraniano colocar na mesa a carta de intensão de compra na mesa , o resto deixa com o Itamaraty resolver.

  4. Se tivéssemos um presidente serio ele negociaria essa venda alegando a segurança internacional afinal esses aviões passa por espaço aéreo de outros paises e a atual situação econômica que beneficiaria ñ só o Brasil como ais EUA também. Mas Bolsonaro e o ministro das relações exteriores não tem inteligência nem diplomacia suficiente pra isso, sem falar que o que querem mesmo é vender a Embraer.

  5. Olá!!

    Só para informar vocês, a foto da IranAir no final dessa publicação é de um A330-200, não do A300 como escrito na legenda.

  6. Nosso PR que, ao que consta, tem boa relação com Trump, poderia negociar o relaxamento dessas sanções no caso. Seria mais que justo, depois da desistência da Boeing.

  7. O que adianta ter uma empresa desse porte com restrições de vendas …pra que que serve o presidente nesse momento de crise ..Dani se os estados unidos eles fazem oque querem ….Nosso Governo Federal…decepciona de mais seu povo ..não tem um que honra a nação….apenas em frente dos microfones.

  8. Também não adiantaria vender aviões e depois o PT ou o PSDB roubar o lucro.
    De qualquer forma o dinheiro não reverteria em favor do povo.

  9. Mas como tem gente besta né.
    Como vocês podem cair nessa conversa?
    Isso é mentira,inventaram essa conversa porque não tinha mais ou não tem o que falar do Presidente.
    E quem falou?
    Um embaixador que não tem nada a ver com aviação.
    Tinha tanto tempo pra negociar antes das sansões e só agora tiveram interesse, vocês não desconfiam que é tudo conversa fiada?
    Se tirar as sansões amanhã, vão ver que ainda assim não haverá negociação nenhuma.
    Porque é mentira.

  10. Se o jornalista do valor que escreveu essa matéria tivesse o mínimo conhecimento sobre a proporção der componentes importados num avião e principalmente americano, simplesmente motor, avionicos e comandos de voo; e soubesse como são complexos os contratos de end-user neste mercado nao escreveria tamanha idiotice.

  11. Me lembro de pendurar a bandeira americana e tirar logo em seguida pra hastear a do Irã, recebendo simultaneamente oficiais militares de ambos os países sem que um soubesse do outro. Ambos compraram nossos produtos. Lembro de receber outros países na época “inimigos” como Malásia e Indonésia e aconteceu o mesmo tanto que se tratavam de produtos e serviços relacionados à áreas bélicas aeronáutica e aeroespacial. Demos treinamento e vendemos produtos de guerra no golfo pérsico em todas as guerras e pra ambos os lados. Tudo entre 1970/2020. Assim sendo na prática o Brasil sempre agiu, independentemente do governo ser militar, civil direitista ou esquerdista. Aliás os Presidentes da República nem tomavam conhecimento dos segredos militares pois os assuntos comerciais reservados, confidenciais, secretos e ultra-secretos são tratados com base legal sem necessidade do chefe do executivo tomar conhecimento, pois há lei específica de segurança nacional que permite a indústria e o comércio de bens e serviços relacionados à áreas bélicas aeronáuticas e aeroespaciais, inclusive com isenção de impostos.

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