Os governos da Itália, Reino Unido e Suécia concordaram em cooperar nas pesquisas, desenvolvimento e concepção do programa Tempest FCAS (Sistema Aéreo de Combate do Futuro), que prevê a construção do primeiro caça de sexta geração da Europa.
Representantes do gabinetes de Defesa dos três países assinaram um Memorando de Entendimento trilateral de cooperação no programa FCAS em 21 de dezembro de 2020. A notícia, no entanto, foi divulgada pelo governo da Itália há poucos dias.
O objetivo do memorando é estabelecer uma participação igualitária dos países signatários nas atividades relacionadas ao projeto, que deve originar um substituto para os caças Eurofighter Typhoon (na Itália e no Reino Unido) e o Saab Gripen (na Suécia).
Em comunicado à imprensa, o Ministério da Defesa italiano destaca que o Tempest será determinante para elevar as capacidade militares e industriais na Itália, tanto a nível europeu como mundial. Os italianos ainda fizeram um apelo para avaliar uma futura integração com o programa FCAS da França, Alemanha e Espanha (por meio das fabricantes Dassault Aviation e Airbus), de forma a evitar o risco de competição entre os grupos europeus.
A despeito dos avanços nas negociações entre Itália, Reino Unido e Suécia, o acordo definitivo sobre o programa Tempest deve ser assinado apenas em 2025, abrindo o caminho para o que o ministério italiano chama de “fase de desenvolvimento total”. A entrada em serviço do novo caça europeu deve acontecer até a segunda metade da próxima década.
Tecnologias revolucionárias
Embora esteja longe de tomar forma, alguns dos principais recursos do Tempest já estão em fase de desenvolvimento avançado.
A fabricante italiana Leonardo, responsável pela parte eletrônica da aeronave, está desenvolvendo um novo tipo de radar que ela chama de “Sistema de Frequência de Radar Multifuncional”. O novo sensor é projetado para coletar e processar 10.000 vezes mais dados que os sistemas atuais, ou “equivalente ao tráfego da internet de uma grande cidade a cada segundo”, como explica a companhia, que afirma já ter construído e testado com sucesso os subsistemas do “super-radar”. O próximo passo é avaliar a nova tecnologia em plataformas aéreas.
No Reino Unido, a BAE Systems está trabalhando em outro conceito inovador, o “cockpit vestível”. Neste caso, o cockpit como conhecemos, repleto de interruptores, telas e medidos, torna-se totalmente digital e todos os controles físicos são trocados por sistemas de Realidade Aumentada e Virtual.
Outra empresa britânica envolvida no programa Tempest, a Rolls-Royce está desenvolvendo um motor turbojato de nova geração, que além de impulsionar a aeronave também deverá ser capaz de gerar uma enorme quantidade de energia elétrica, na ordem de um megawatt, para alimentar os diversos sistemas eletrônicos embarcado no caça.
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