Desenvolvidos em paralelo, mas com o mesmo objetivo, os programas Tempest e FCAS (Future Combat Air System) reeditam uma desavença da década de 80 quando a França não quis participar do projeto do caça EFA. Anos depois, a Dassault colocou em serviço o Rafale enquanto Alemanha, Reino Unido, Itália e Espanha adotaram o Eurofighter Typhoon.
Agora, a divisão europeia permanece, porém, mais equilibrada. De um lado, a França, Alemanha e Espanha investem no caça de 6ª geração New Generation Fighter (NGF), parte de um pacote que inclui uma nuvem de combate e uma plataforma aérea não tripulada.
Do outro estão o Reino Unido, Suécia e Itália, que acordaram em buscar sinergias para substituir os Typhoon e Gripens no futuro.
É justamente o chefe do Estado-Maior da Força Aérea da Itália, o general Luca Goretti, que afirmou na terça-feira (23) que os dois programas acabarão sendo fundidos no futuro.
“É natural que essas duas realidades se fundam em uma, porque investir enormes recursos financeiros em dois programas equivalentes é impensável”, disse Goretti a parlamentares italianos.
Embora o Reino Unido tenha investido 2 bilhões de libras no projeto, todo o custo envolvido no programa certamente será muito maior e é natural que a conta seja dividida por mais parceiros.
O Tempest é desenvolvido pela BAE Systems, Rolls-Royce, Leonardo e conta com o apoio da MBDA e Saab. Já o FCAS une a Airbus, Dassault, Safran, MTU, Thales, MBDA e Indra.
Apesar do otimismo de Goretti, resta entender como o advento do Brexit afetará uma possível união. A saída dos britânicos da União Europeia ainda causa controvérsia, o que pode dificultar qualquer acordo.
Ambos os projetos almejam criar caças de 6ª geração, mais modernos e capazes que aeronaves como o Lockheed Martin F-35, por exemplo. A entrada em operação é estimada até 2040.