A ANAC, agência de aviação civil brasileira, proibiu a Itapemirim Transportes Aéreos (ITA) de retomar a venda de passagens até que a companhia aérea conclua o processo de “reacomodação de passageiros, reembolso integral da passagem aérea aos consumidores que optaram por esta alternativa”.
A agência havia suspendido o Certificado de Operador Aéreo (COA) logo após o anúncio da suspensão das operações, mas tolerou por várias semanas problemas operacionais da companhia como atrasos e cancelamentos.
A ITA suspendeu suas operações sem prévio aviso no dia 17 de dezembro, alegando a necessidade de “reestruturação interna” para voltar a voar, mas logo surgiram informações sobre fornecedores que suspenderam os serviços por falta de pagamento, como a empresa handling Orbital.
Desde então, a empresa tem dito que busca ressarcir ou reacomodar os clientes afetados pelos cancelamentos – até 31 de dezembro, eles eram estimados em 46 mil pessoas.
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Nas últimas semanas, a Itapemirim viu sua situação se agravar, com a saída de vários executivos e rumores de que parte da frota alugada será devolvida às empresas de leasing – a companhia disse que o envio de três A320 se trata apenas de “manutenção preventiva”.
Embora seu presidente, Sidnei Piva, tenha alegado receber sondagens de fundos de investimentos interessados em recapitalizar a companhia aérea, até o momento não houve nenhum anúncio formal sobre isso.
Por outro lado, a Viação Itapemirim, também de propriedade de Piva, decidiu reduzir o serviço de ônibus em várias cidades. A empresa está em recuperação judicial há anos e há quem acuse o executivo de ter desviado dinheiro que deveria pagar os credores para financiar a criação da companhia aérea.
O Ministério Público tardiamente anunciou um pedido de falência para todo o grupo e bloqueio dos bens do empresário.