A despeito da situação financeira delicada nas últimas semanas, a Itapemirim Transportes Aéreos – ITA – havia se aproximado de um desempenho mais saudável em sua operação durante novembro, mês anterior ao da suspensão dos serviços.
Estatísticas divulgadas pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) na semana passada finalmente trouxeram os dados completos da nova companhia aérea após meses de atraso no envio de informações.
E elas traçam altos e baixos durante os cinco meses com dados disponíveis. O dado mais significativo envolve a taxa de ocupação dos voos, que teve um início fraco em julho (31%) subiu para 69% no mês seguinte para então cair até 58% em outubro. Mas no mês passado, a companhia chegou a 74% de ‘load factor’, um patamar mais próximo das grandes companhias aéreas.
A Azul, por exemplo, obteve 81% de ocupação em seus voos domésticos, ou 7% a mais apenas. Como as aeronaves da Azul possuem uma média de assentos menor que os da ITA, a primeira transportou em cerca de 102 passageiros por decolagem enquanto a segunda, 113 pessoas, sua melhor marca até então.
No entanto, a Itapemirim utiliza uma aeronave maior, o Airbus A320, capaz de transportar mais de 180 passageiros, mas que na configuração adotada por ela traz apenas 162 assentos. Em outras palavras, o custo operacional “pesa” mais em cada poltrona, o que exigiria uma ocupação mais alta que a obtida por Gol e Latam, por exemplo.
Em novembro, a ITA também obteve uma marca simbólica, ao transportar pela primeira vez mais de 100 mil passageiros. O mais interessante nesse caso é que ela atingiu esse patamar com menos voos, um total de 882 decolagens contra 1.029 em outubro.
Houve uma queda de quase 6% nos assentos-quilômetros ofertados (ASK), mas um aumento de 21% em assentos-quilômetros pagos, indicando uma melhor eficiência em sua operação.
A participação da Itapemirim em novembro foi de quase 1,5% no número de passageiros transportados no mercado doméstico, mais do que o dobro da Passaredo, até então a 4ª maior companhia aérea brasileira desde o fim da Avianca.
Os números mais condizentes com o que se espera de uma companhia aérea em busca de eficiência mostram que um projeto como esse necessita de tempo para amadurecer e colher frutos. E de planejamento de longo prazo assim como caixa suficiente para suportar a fase inicial.
São aspectos que faltaram à empresa até aqui, em que pese as seguidas promessas de seu fundador, Sidnei Piva, de contar com “investidores” ávidos em colocar dinheiro no projeto.
Apesar do início conturbado, parecia existir alguma perspectiva positiva para a companhia aérea, e que pode ter se dissipado em meio a seguidos erros de gestão.
ESSA EMPRESA AGIU COM DESONESTIDADE., PERANTE OS SEUS CLIENTES., FIZERAM ESSA BARBARIDADE., ALGUNS DIAS ANTES DO NATAL…NAO FOI LEGAL..
Análise superficial. Comparar a complexidade de empresas estabelecidas no mercado competitivo como o da aviação, com mais um “projeto” aventureiro não é indicativo de desempenho.
Lamento que mais uma vez, sem nenhuma ação dos órgãos reguladores, consumidores foram os prejudicados nessa “aventura”.
Ita tinha tudo pra ser grande
Mas a incompetência dos administradores afundaram a empresa
Ontem, na entrevista na Record, o Sidnei Piva disse que a ITA ainda será a melhor cia. aérea do Brasil!
Eu duvido que ele volte a voar novamente. A credibilidade foi pro chão depois desse episódio de cancelamentos dos voos da semana passada.
Acho que ele tentou dar um passo maior que a perna. Outra coisa: acho que foi falha da ANAC ter liberado a empresa a operar. Como que um grupo empresarial, no caso a Itapemirim, que está em processo de recuperação judicial monta uma empresa nova?
Por mais que a Itapemirim tenha atendido todas as exigências técnicas, deveriam ter suspeitado da capacidade financeira da empresa. Não sei, acho que houve erro dos dois lados: da ANAC e só Piva, que tentou dar um salto maior que a perna!
Não existe mistério, deu um passo maior que as pernas. Empresa super endividada e ainda começa a operar em aviação?