Mesmo após a decepção com o caro e problemático programa do jato regional SpaceJet, o governo do Japão não parece disposto a desistir de levar o país a uma presença mais relevante no mercado de aviões de passageiros.
Nesta semana, a JAXA, a agência espacial japonesa, anunciou um acordo com grandes grupos industriais do país para promover a pesquisa e desenvolvimento de uma aeronave supersônica de passageiros.
Assinaram o termo de cooperação as empresas IHI, Subaru, Kawasaki e Mitsubishi, esta última que está à frente do SpaceJet. A meta do grupo é viabilizar um avião de passageiros supersônico para até 50 passageiros e capaz de voar a Mach 1.6.
A JAXA divulgou uma ilustração conceitual da aeronave, com dois motores instalados na cauda em T. O jato, que ainda não recebeu nome, possui 48 metros de comprimento, 24 metros de envergadura, peso de 70 toneladas e poderia voar por quase 6.500 km sem escalas.
O projeto já é estudado pela agência há vários anos em busca de soluções para reduzir o ‘boom’ supersônico, um dos principais entraves para o voo acima da velocidade do som.
O mercado de aviões civis supersônicos promete ser promissor, com uma demanda que pode chegar a 2.000 unidades. Distante da América do Norte e da Europa, o Japão pode ser um mercado com grande potencial para esse tipo de aeronave.
Um voo entre Tóquio e Los Angeles, por exemplo, leva atualmente cerca de 12 horas, tempo que pode ser bastante reduzido num jato voando a Mach 1.6. A JAXA trabalha com uma possível entrada em serviço no início de 2030.