Japão se torna o primeiro operador internacional do V-22 Osprey

Exército japonês é o primeiro operador do tiltrotor Bell Boeing V-22 fora dos EUA
(Boeing)
Primeiro V-22 Osprey da Força de Autodefesa Terrestre do Japão (Boeing)

Em serviço com as forças armadas dos EUA há mais de 10 anos, o exótico V-22 Osprey agora também voa com as cores do Japão. A Bell Boeing entregou no dia 10 de julho o primeiro aparelho do país no Camp Kisarazu, aeródromo do exército japonês que desde 2014 funciona como centro de apoio e manutenção para os Osprey dos Fuzileiros Navais dos EUA baseados na região.

“A entrega do primeiro V-22 japonês é um marco importante e representa nossa forte parceria com o governo do Japão”, disse Shane Openshaw, vice-presidente de Programas Tiltrotor da Boeing e vice-diretor de programas da Bell Boeing. “A capacidade do Osprey de realizar as missões mais difíceis nos ambientes operacionais mais desafiadores reformulará as possibilidades da Força de Autodefesa Terrestre do Japão (JGSDF – exército do Japão).”

Primeiro cliente internacional do V-22, o Japão se une aos fuzileiros navais, marinha e força aérea dos EUA como únicos operadores na aeronave fabricada em parceria entre a Bell Helicopter e a Boeing. Capaz de decolar e pousar como um helicóptero e voar como avião, o Osprey suporta uma série de missões, incluindo transporte de pessoal, suprimentos e equipamentos, além de operações de busca e resgate de longo alcance.

Os novos tripulantes japoneses do V-22 treinaram com os fuzileiros navais dos EUA no último mês para obter proficiência na aeronave antes da entrega da primeira unidade. O exército do Japão planeja operar 17 aparelhos.

CMV-22B Osprey da Marinha dos EUA, modelo usado em porta-aviões (Boeing)

“Tivemos o prazer de trabalhar com o Estado JGSDF para produzir, desenvolver, treinar e manter sua frota inicial de aeronaves”, disse o coronel do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA Matthew Kelly, gerente de programa V-22 em conjunto com o Japão. “Esta chegada marca um passo fundamental na manutenção da frota de V-22 e, mais importante, na colaboração contínua entre nossas nações.”

Desenvolvimento extremamente complexo

O primeiro voo do V-22 Osprey completou 30 anos em março passado. O desenvolvimento completo da aeronave com rotores rotativos levou 20 anos e consumiu mais de US$ 35 bilhões dos cofres dos EUA. Por conta da complexidade do programa e os altos custos, em diversas ocasiões foi cogitado seu cancelamento. Até a véspera de sua estreia com as forças armadas norte-americanas, em 2007, o V-22 era considerado inseguro e uma aposta arriscada.

A produção em série do Osprey recebeu sinal verde do Pentágono somente em 2005, quando foi definido que seriam construídos um total de 458 unidades da aeronave (360 para os Marines, 50 para a força aérea e 48 para a Marinha), a um custo médio de US$ 110 milhões por aparelho, valor que posteriormente foi reduzido para cerca de US$ 75 milhões. Em junho, a Bell Boeing entregou o 400º Osprey, hoje uma aeronave comprovada e fundamental nas forças armadas dos EUA.

Dois MV-22B operando a partir do navio de ataque anfíbio USS Wasp da Marinha dos EUA (US Navy)
Dois MV-22B operando a partir do navio de ataque anfíbio USS Wasp da Marinha dos EUA (US Navy)

Em 13 anos de serviço ativo com nos EUA, os Osprey foram deslocados para missões no Iraque e Afeganistão e também em ações humanitárias no Caribe e África, quase sempre operando a partir de porta-aviões e navios de ataque anfíbio.

Extremamente complexo (e muito caro), o Osprey abriu caminho para um novo segmento na aviação militar e também no setor comercial, onde modelos tiltrotor estão começando a surgir, como é o caso do AgustaWestland AW609, desenvolvido para atuar como uma alternativa aos helicópteros de transporte executivo.

Outros países interessados na versatilidade do V-22 são Índia, Israel, Coreia do Sul e Emirados Árabes Unidos. Quem sabe a encomenda do Japão inspire os aliados dos EUA a irem às compras.

Veja mais: Caça de última geração do Japão deve decolar em 2028

 

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