O E190F, primeiro E-Jet da Embraer convertido para cargueiro, recebeu a certificação de tipo pela ANAC, a agência de aviação civil do Brasil.
A informação foi revelada pela fabricante no Farnborough Airshow onde a única aeronave convertida está exposta.
Segundo a Embraer, as aprovações pela FAA e a EASA, as autoridades regulatórias dos Estados Unidos e Europa, devem ocorrer ainda em 2024. A empresa também espera pela certificação do Cargo Loading System logo em seguida.
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A aprovação por parte da ANAC ocorreu um curto espaço de tempo. O E190F fez seu voo inaugural em abril e o processo de certificação levou cerca de três meses.
Para converter antigos jatos de passageiros em cargueiros, a Embraer instala uma porta de carga lateral na porção anterior da fuselagem, retira o sistema de suprimento de oxigênio da cabine bem como outros itens, e reforça o piso do convés, entre outras modificações.
Lacuna entre turboélices e jatos de fuselagem estreita
Com capacidade para até 13,5 toneladas, o E190F se propõe a preencher uma lacuna entre os turboélices cargueiros como o ATR 72F e o jatos de fuselagem estreita convertidos para carga como o Boeing 737-800BCF.
A embraer diz que o E190F leva 40% mais carga que turboélcies, com três vezes mais alcance. Os custos de operação são 30% menores que jatos maiores.
O principal nicho proposto pela empresa é o de encomendas expressas, que experimentou enorme crescimento desde a pandemia do Covid-19.
“O E-Freighter marca o primeiro passo da Embraer no mercado de cargas. Depois de comemorar o primeiro voo em abril, temos uma motivação adicional ao receber a certificação de tipo para o nosso mais novo programa. A aeronave foi muito bem recebida esta semana por potenciais clientes que viram nosso E-Freighter pela primeira vez em Farnborough”, disse Arjan Meijer, President and CEO, Embraer Commercial Aviation.
A despeito do otimismo do executivo, o E190F e seu irmão maior, o E195F, têm tido poucos anúncios de pedidos até agora.
A cliente lançadora dos E-Freighters, como a Embraer os chama, é a Regional One, empresa que é dona do único E190F convertido até agora e que o recepcionou na Flórida, antes que a aeronave chegasse ao Reino Unido.
Ainda bem que a Embraer se mexeu rapidamente para entrar nesse mercado já que muitas unidades da primeira geração devem ser substituídas futuramente pelos E2. Parabéns à fabricante brasileira.