A COMAC anunciou nesta semana ter concluído a entrega de 24 unidades do jato de passageiros ARJ21-700 em 2020. Todos esses aviões foram recebidos por companhias aéreas chinesas, como Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines.
Desde 2016, a fabricante estatal chinesa entregou 46 unidades do ARJ21, o primeiro avião de passageiros desenvolvido no país. O modelo tem capacidade entre 78 e 90 lugares e um alcance de 3.700 km e foi baseado no projeto do MD-80 (ex-McDonnell Douglas, atual Boeing).
Segundo a COMAC, no final de 2020, a frota de ARJ21 havia transportado cerca de 1,6 milhão de passageiros. O primeiro jato foi entregue para a Chengdu Airlines em junho de 2016, e que é sua maior cliente até aqui, com 23 unidades.
O ritmo de produção tem crescido ano a ano: em 2017 foram dois ARJ21, outros seis em 2018 e 12 aeronaves em 2019. Pesa nesse desempenho também o esforço do governo de Pequim em pavimentar o programa de aviões comerciais chineses, que determina que as companhias aéreas do país adotem os modelos da COMAC.
Em comunicado divulgado na China, a COMAC ressaltou o progresso do ARJ21, com oito clientes até o momento, mas também o avanço nos trabalhos de certificação do C919, jato de um corredor mais avançado já desenvolvido no país.
Segundo a fabricante, o C919 “concluiu importantes testes de voo especiais, como calibração de velocidade do ar, estol, voo em temperaturas e umidades elevadas, entre outros. Os sistemas elétricos de controle, trem de pouso, aviônicos foram verificados e todos os testes estáticos foram concluídos”.
A COMAC ainda observou que o programa sino-russo do widebody CR929 evoluiu graças ao desenvolvimento do projeto em simuladores, testes de manufatura da fuselagem e seleção de fornecedores das estruturas da aeronave.
A fabricante não divulgou metas para 2021, mas deixou explícito que o ritmo de produção deve continuar crescendo nos próximos meses. Caso a certificação chinesa do C919 ocorra até o final deste ano, em 2022, a COMAC deve passar a produzir anualmente um volume de aeronaves próximo ao da Embraer, atual terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo.
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