Jato da Mitsubishi voa até os EUA para ser aprovado

Avião japonês vai realizar testes com autoridades de aviação civil norte-americanas
A Mitsubishi já tem mais de 240 pedidos pelo MRJ90, jato que compete com o Embraer E175 (Divulgação)
A Mitsubishi já tem mais de 240 pedidos pelo MRJ90, jato que compete com o Embraer E175 (Divulgação)
A Mitsubishi já tem mais de 240 pedidos pelo MRJ90, jato que compete com o Embraer E175 (Divulgação)
A Mitsubishi já tem mais de 240 pedidos pelo MRJ90, concorrente do Embraer E175 (Divulgação)

Um dos protótipos do jato regional fabricado pela Mitsubishi, o MRJ90, decolou nessa terça-feira (27) de Tóquio, no Japão, com destino aos Estados Unidos. Em solo americano, a aeronave será submetida a diversos testes visando a certificação para uso comercial, seguindo os critérios e exigências da FAA, autoridade de aviação civil dos EUA.

Antes de deixar o Japão, o MRJ90 ainda passou por Nagoia e Hokkaido, e depois seguiu para a península de Kamchatka, na Rússia. A aeronave entrou nos EUA na quarta-feira, pelo Alasca, e seguiu para Moses Lake, no estado de Washington, onde ficará baseado durante o período de voos de ensaios e outros testes.

A aprovação da FAA é fundamental para a aeronave da Mitsubishi estrear no mercado, sobretudo em países ocidentais, que têm regulamentos aeronáuticos muito similares aos dos EUA, como a ANAC, no Brasil.

Em agosto, a fabricante japonesa já havia abortado em duas oportunidades o primeiro voo do MRJ90 para os EUA. Em ambas ocasiões, os voos foram cancelados devido a problemas no sistema de ar condicionado da aeronave.

Japão volta a voar

Na década de 1930 o Japão foi um dos países que mais fabricou aviões, com projetos avançados e sobretudo mortíferos, como se mostraram nos combates que começaram na guerra sino-japonesa até o final da Segunda Guerra Mundial. Após a rendição, o país ficou proibido de produzir qualquer coisa que voasse por 11 anos e mesmo depois desse período os japoneses tiveram poucas oportunidades para voltar a voar com projetos originais.

O MRJ90 pode transportar até 96 passageiros (Divulgação)
O MRJ90 pode transportar até 96 passageiros (Divulgação)

A Mitsubishi foi a empresa japonesa que mais se aventurou na aviação após o término do embargo, construindo sob licença aviões de fabricantes ocidentais, desenvolvendo pequenas aeronaves de transporte e até um avião de combate, o caça F-1, que foi retirado da Força de Auto-Defesa Aérea do Japão em 2006, depois de 28 anos de serviços.

No entanto, nenhum projeto da Mitsubishi obteve sucesso comercial expressivo. A mudança pode surgir nos próximos anos, com a chegada dos “Mitsubishi Regional Jet”, nas versões MRJ70 e o MRJ90, modelo que já está em fase de testes. A fabricante tem mais de 240 pedidos pelo MRJ e planeja entregar as primeiras unidades a partir de 2018.

O Mitsubishi F1 podia atuar em missões de apoio próximo e caça de navios (Divulgação)
O Mitsubishi F1 podia atuar em missões de apoio próximo e caça de navios (Divulgação)

O MRJ é um jato para operações regionais. A versão MRJ70, que ainda não voou, terá capacidade para entre 70 e 80 passageiros, e o MRJ90 pode ser configurado com até 96 assentos.

Quando chegarem ao mercado, os novos jatos da Mitsubishi vão concorrer com os E-Jets, da Embraer, em especial o modelo “caçula” E175, que transporta até 86 passageiros, praticamente a mesma capacidade do MRJ90. O jato japonês também vai concorrer com o canadense Bombardier C Series, que estreou neste ano com a Swiss Air Lines.

Veja mais: Conheça todos os detalhes do HondaJet

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  1. Esta reportagem demonstra o grau de confiança e profissionalismo alcançado pela ANAC. Hoje os aviões desenvolvidos no Brasil ao receberem certificação de tipo pela ANAC, praticamente ao mesmo tempo recebem a mesma certificação por órgãos de certificação aeronáutica americano e europeu (FAA e EASA). A Embraer por exemplo não precisa há vários anos ter seus produtos testados novamente pelos órgãos dos EUA e Europa.
    Não menosprezando a capacidade e força dos japoneses, mas eles ainda terão um longo caminho até terem o mesmo reconhecimento que a indústria aeronáutica brasileira já tem no mundo.

  2. Existe mercado hoje para essa aeronave?

    A Embraer está com a linha de produção dos ERJ quase parada. Idem para a Bombardier.

  3. Fabrício o quê você entende por um longo caminho afinal de contas você não sabe o que estaria por trás do procedimento de certificação da Mitsubishi. Entenda que enquanto a Embraer precisa importar tudo para produzir seus aviões o mesmo não é verdade para a indústria japonesa.

  4. Tetsuo Shimura, trabalho aqui no Japao, e acho que voce nao entende bem o que esta por tras do procedimento de certificacao da Mitsubishi. O unico tipo de tecnologia Japonesa nos avioes sao as partes estruturais e parte do interior. O resto (sistemas da Rockwell, motores da Pratt, sistemas da UTAS…) e tudo tecnologia americana, tanto e que a Mitsubishi teve que levar o aviao pros EUA para estar mais perto dos fornecedores de la e poderem acelerar o processo de certificacao. A embraer esta sim muito alem da Mitsubishi e o Fabricio esta 100% correto, para a Mitsubishi conseguir a certificacao da FAA ainda falta um longo e caro caminho.

  5. A Mitsubishi Aircraft Corporation faz parte da Mitsubishi Group um dos maiores conglomerado do mundo. O fato desta empresa ser “novata” nesta área não significa muita coisa. O fato é que a Mitsubishi tem potencial muito grande de superar as maiores fabricantes atuais de aeronaves a médio prazo , haja visto que ela possui todas as qualificações tecnológicas e domina todas as áreas no quesito aviônicas. Praticamente ela sozinha pode fabricar todos os componentes de um avião a jato. Enquanto a Embraer precisa importar quase tudo, a Mitsubishi até o presente momento só importa os motores. Por enquanto. Vamos esperar para ver.

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