O novo jato executivo ACJ319neo completou nesta quarta-feira (24) seu primeiro voo. A aeronave decolou da sede da Airbus em Hamburgo, na Alemanha, e permaneceu no ar por uma hora e 55 minutos, iniciando o programa de testes para verificar as características do avião corporativo.
O primeiro exemplar da aeronave oferecida pela divisão Airbus Corporate Jets (ACJ) foi construído para a K5 Aviation, empresa alemã de voos charter. O jato ainda será equipado com uma cabine “VVIP” elaborada pela Fokker Techniek, na Holanda, após ser entregue ao operador. A Airbus ainda não definiu a data de entrega da aeronave.
O ACJ329neo incorpora todas as inovações tecnológicas da nova família A320neo. Os principais recursos são os motores com menor consumo de combustível e os Sharklets, dispositivos nas pontas das asas que ajudam a reduzir o arrasto aerodinâmico da aeronave. Segundo a Airbus, os jatos da família Neo são até 15% mais eficientes comparados aos A320 da primeira geração e por isso podem percorrer maiores distâncias. E o modelo executivo pode ir ainda mais longe.
A versão executiva do A319neo pode ser equipada com até cinco tanques de combustível extras no compartimento de bagagem, como é o caso do modelo encomendado pela K5 Aviation. Nessa configuração, a aeronave transporta um total de 37.400 litros de querosene, 10.670 l a mais que o jato na opção comercial, e o suficiente para voar por 12.501 km, quase o dobro do modelo convencional.
Enquanto o A319neo tem capacidade para transportar até 160 passageiros, a versão executiva pode ter seu interior configurado para transportar apenas oito ocupantes. O jato corporativo também inclui melhorias no sistema de pressurização da cabine que tornam a viagem mais confortável.
Quem compra esse tipo de jato executivo?
Jatos de negócios derivados de aeronaves comerciais são o topo da aviação executiva. Aviões com fileiras intermináveis de assentos ganham salas de reunião, ambientes com sofás e até suítes privadas (com chuveiro) para apenas algumas dezenas de passageiros, ou até menos.
Obviamente são aviões caríssimos: o ACJ319neo “básico” é avaliado em US$ 95 milhões (cerca de R$ 377 milhões), isso ainda sem contar a instalação da cabine de executiva, cujo valor também ultrapassa cifras milionárias.
A Boeing também participa desse segmento da aviação executiva com a divisão BBJ (Boeing Business Jet), assim como a Embraer, que oferece o Lineage 1000E baseado no jato comercial E190.
Por conta desses preços altíssimos e o alto custo operacional, jatos executivos desse porte dificilmente são adquiridos por clientes privados, exceto por raros bilionários – milionários compram jatos executivos comuns. Os clientes mais comuns dessa categoria são empresas de voos charter de alto luxo e governos, que aproveitam o longo alcance dessas aeronaves para transportar autoridades em viagens oficiais.
O governo do Brasil é um dos clientes da Airbus Corporate Jets. O avião presidencial brasileiro é um jato A319CJ de primeira geração. A aeronave é operada pelo Grupo de Transporte Especial (GTE) da Força Aérea Brasileira designada como VC1-A.
Apesar dos valores assombrosos, a Airbus tem uma clientela considerável na aviação executiva. A fabricante entregou 200 jatos corporativos desde 1997 e atualmente soma 14 pedidos pelos novos modelos da família ACJ320neo.
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ACREDITO QUE SERIA BEM INTERESSANTE VOCÊ CONTAR A HISTÓRIA DA PANAIR DO BRASIL. PESQUISAR AINDA COMO ESTÁ O PROCESSO DE REINTEGRAÇÃO AOS HERDEIROS.